segunda-feira, 5 de julho de 2021

Resenha: Roleplay

 


Uma partida de RPG em um elevador quebrado: é assim que Artur e Monique se conhecem, e é assim que a vida dessa dupla improvável se abre para a transformação que a fantasia traz. ROLEPLAY, de Marcus Leopoldino e Guilherme Sousa, é uma graphic novel sobre contar histórias e ser transformado por elas.

Essa é a premissa dessa história em quadrinhos independente, que passeia bem à vontade sobre diversos tons. Desde um humor escrachado em algumas cenas, debatendo sobre frustrações profissionais, insegurança, vida sexual e até autocrítica! Nossos protagonistas, certamente são paradoxais: bem diferentes num primeiro momento, mas que almejam sair do cotidiano banal das contas do mês e empregos tediosos. Ele, tentando viver de quadrinhos, enquanto, ela, sonhando em seguir carreira como atriz profissional. Por encontros e desencontros, Artur e Monique passam por fim, a compartilhar, dentro do hobby, gostos, medos e anseios, percebendo que um relacionamento sério e maduro, está de fato, nascendo ali.

Como sempre, a arte de Guilherme de Sousa acerta o tom, com seus traços caraterísticos e limpos, acompanhados de cores vibrantes que fazem nosso olho acreditar que está assistindo a uma animação. Animação esta, com aquela pitada geek e referências de cultura pop dignas de um cinema de Judd Apatow (Ligeiramente Grávidos e Love, série da Netflix). Se nunca assistiu essas obras, veja imediatamente!

O roteiro é competente e divertido, trabalhando obviamente, elementos familiares para quem joga (ou jogou) RPG. Monstros clássicos de D&D, sucessos decisivos e falhas críticas povoam essa comédia romântica que obviamente brinca com os clichês do gênero. Quando o leitor chega nas últimas páginas (numa linda full page com o grupo reunido ao redor da mesa de jogo), ficamos com um sentimento misto, de que a aventura poderia até ser maior, pois passamos a gostar e a se importar com aqueles personagens. Fico assim, na torcida para que o projeto tenha uma continuação, apesar de se tratar de uma história fechada.

Lançada em 2020, fomentada por edital e financiada com êxito através de financiamento coletivo, é possível adquirir um exemplar de Roleplay até mesmo juntamente com a mais recente obra de Guilherme de Sousa: “Você não me conhece” (um slice of life do artista onde ele conta seus dias em plena pandemia, culminando com sua internação, inclusive).

Faltam 3 dias para encerrar esse recente financiamento coletivo, logo, teste sua Iniciativa e clique no link de compra: https://www.catarse.me/vocenaomeconhece

Boa leitura para todos!