terça-feira, 19 de setembro de 2017

Resenha: Pátria



A resenha abaixo não possui spoilers.

   
Em julho, a editora Jambô pegou todo mundo desprevenido com uma incrível notícia: o lançamento do primeiro volume da trilogia A Lenda de Drizzt e de quebra, os romances de Dragon Age (que ainda não foi lançado). Foi em meados de 2005 que li a primeira trilogia de R.A. Salvatore, lançados pela Devir, e fiquei curioso de como Drizzt foi parar na superfície, como sobreviveu no reino drow com sua moralidade tão acentuada, como obteve as cimitarras mágicas, como foi seu treinamento ainda jovem e como estabeleceu a forte amizade com a pantera mágica Guhenhwyvar (se pronuncia "Guinevere").

Pátria começa a responder grande parte dessas indagações e nos apresenta as dinâmicas de Menzoberranzan, a famigerada cidade dos elfos negros, situada em Underdark, o reino subterrâneo de Forgotten Realms. Passamos a viver dentro daquela sociedade matriarcal, ditando as regras e conspirações, enquanto suas clérigas exercem os caprichos mais sórdidos de Lolth, a deusa aranha. 


 A trama iniciar com um ataque da Casa Do’Urden à Casa DeVir (sem piadas à editora). Um plano aparentemente sem falhas, mas que culminará em uma conspiração que perdurará durante todo o primeiro volume da saga. Enquanto os assassinos da casa Do`Urden invadem a sede da casa rival, a matriarca dá a luz ao seu terceiro filho macho: Drizzt, que deveria ser prontamente sacrificado para obter favores de Lolth, só que os presságios e as marcas da criança (olhos violetas), mostram para as clérigas que a criança pode estar predestinada a algo bem mais grandioso. 

"Pátria" se passa anos antes da trilogia clássica. Publicado pela Casa DeVir... digo, Editora Devir.
 O romance envelheceu bem, na minha opinião. Cenas de batalha bem construídas, descrições da arquitetura e costumes drow bem precisas e sem afetações. Os personagens, apesar de não serem muito complexos, emulam muito bem uma campanha de RPG tradicional. Falando em RPG, o fan service de D&D está todo lá: você vai reconhecer os monstros que Drizzt encontra durante as patrulhas, as magias conjuradas pelos magos da Academia, o sistema mnemônico vanciano, e até táticas bélicas que muitos jogadores utilizam ao redor da mesa (como finta, flanquear, etc).

Por fim, é uma aventura bem legal e naquela pegada maniqueísta, não chega aos pés da complexidade e tons cinzentos de Os Jardinsda Lua, mas a origem de Drizzt cumpre seu papel muito bem. Para os jogadores de D&D, uma compra certa. A edição nacional está bonita e com uma papel ótimo e resistente. A única crítica fica por conta da revisão: muitos erros passaram no processo. Frases comendo ou repetindo artigos/preposições dificultam a fluidez da leitura, mas nada tão alarmante. Acredito que aceleraram demais a revisão para ter o livro impresso nos eventos vindouros. Torço que tenham mais cuidado nos outros volumes.
Claro que depois de ler, você fica pilhado para Mestrar em Menzoberranzan!
  Ansioso pelo segundo volume! Abraço a todos e boa leitura.

2 comentários:

  1. Já tinha lido esse romance ao conseguir a edição portuguesa do livro e achei a história fascinante. Como fã de Drizzt obviamente comprei essa edição brasileira e no aguardo das próximas.

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    1. Por anos fiquei tentado em comprar a versão lusitana pela Cultura. Tomara que a Jambô não abandone as séries literárias que iniciarem. Pelo menos não é o costume dela. Abraço!

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