A resenha abaixo não possui
spoilers.
Meses atrás fiz a resenha
do primeiro volume AQUI.
No final do ano passado, a Jambô Editora publicou
o segundo volume da trilogia A Lenda de Drizzt, chamada Exílio. Aqui,
acompanhamos as andanças de Drizzt pelo Underdark depois de se rebelar contra sua
mãe (matriarca da casa Do’Urden) e contra todo o sistema maligno da
sociedade drow. A revelação de que seu mentor era seu pai o tempo todo e a recém perda do mesmo, deixa o elfo negro bastante abalado e sem lugar para ir.
Na verdade, dez anos se passam e é interessante
ver como o elfo negro (que a essa altura é bastante caçado pelos Drows) vai
lidar com seu adversário mais perigoso: a solidão. Mesmo com Guhenhwyvar (apesar
da grafia antiga, pronuncia-se simplesmente "Guinevere"), a pantera
mágica não pode ficar o tempo todo no Plano Material, logo Drizzt, volta e meia,
se pega praticamente falando sozinho na escuridão. Essa luta contra a
insanidade o leva a ceder em alguns aspectos e o faz tentar se aproximar de
algumas criaturas naquele labirinto maligno que é o Underdark (todo um reino subterrâneo
abaixo de Toril, continente do cenário de campanha Forgotten Realms).
Desde o primeiro livro e com esse também, me
pego pensando se o livro não é muito infanto-juvenil para mim, mas apesar de não
ser magistralmente escrito, ele diverte e possui pontos altos com personagens
carismáticos, como Belwar, Estalo (personagem novo) e o próprio Drizzt. Outra critica
que tenho é que em muitas fontes falam sobre a complexidade e os perigos de viajar
pelo Underdark, mas achei as andanças de Drizzt muito aquém do que é descrito
no cenário de RPG. Muitas “áreas vazias”, quero dizer. Salvatore talvez tenha ficado
com medo de criar uma experiência muito “alienígena” para seus leitores. Eu entendo
tal decisão, mas fica a sensação de oportunidade perdida. Nas minhas campanhas
(desde a época do Ad&d), fazia questão de tornar a exploração desses reinos
subterrâneos algo extremamente claustrofóbico e desconhecido, quase como andar
de olhos vendados por cavernas cheias de umidade.
Enfim, editorialmente falando o livro está bem
bonito, seguindo a identidade do primeiro, apesar de estar com folhas mais
finas (por isso ele parece bem menor que o primeiro) e ainda contém muitos
erros de revisão. Uma palavra digitada errada aqui, uma palavra repetida ali,
por exemplo. No mais, é um livro de fantasia heróica bastante divertido.
Que venha o terceiro!
Que venha o terceiro!
Hook Horrors foram traduzidos como Ganchadores |
Isso é um pech. Espécie de criatura elemental da terra |
OBS: até
agora não descobri que diabos é um corbo! É descrito como uma espécie de pássaro
humanoide que habita o subterrâneo mas nunca vi isso no AD&D!
Abraço a todos e boa leitura.