domingo, 18 de setembro de 2016

O Mestre é mal?


A reflexão de hoje, nasceu um tempo atrás quando o leitor Cássio Alves Cavalcante deixou um feedback bem pertinente aqui no blog. Basicamente ele adorou a aventura “Os Fossos da Morte de Yandro” (disponível gratuitamente na aba Downloads), mas ele achou os desafios mortais demais e que seus jogadores ficariam frustrados com as armadilhas e criaturas propostas. Logo, ele iria modificar vários dos encontros detalhados no PDF.

Acho isso ótimo! O que ele fez em suma foi adaptar o material para seu grupo. Afinal, ele conhece seus jogadores: sabe o que os diverte e o que os frustra na mesa de jogo. Essa é a base para uma boa experiência no RPG: encontrar esse equilíbrio. Obviamente, o Mestre usará outras ferramentas para jogar em um evento, por exemplo, tendo em vista que você mestrará pela primeira vez para alguns jogadores.

Como conferiram no podcast de duas partes publicado aqui, meu grupo passou pelos desafios propostos com algumas baixas, mas venceram no final das contas. Foi meu primeiro e único playtest com a aventura, mas posso realmente ter tido sorte (ou melhor, meus jogadores tiveram sorte) e tudo conspirou para o êxito da aventura. Tive até mesmo personagens de nível 0 com 1 ou 2 PVs que sobreviveram!

A frustração é relativa: o que funciona pra mim, pode não funcionar pra você. Simples assim. Antes de voltar para o Ad&d e logo depois, assumir o Dungeon Crawl Classics como meu RPG principal, nosso grupo estava frustrado com o que estava jogando naquela época. Cartas de poderes, muito cálculo, muitos talentos pra escolher, etc. No final, não estava nos proporcionando uma tarde divertida.

No final das contas, no estilo de jogo que proponho em minha mesa, aponto para um jogo onde fugir é uma opção sempre a se pensar: lutar contra todos os monstros geralmente resulta em um bom e velho TPK (total party kill)! Explorar o cenário geralmente vai dar pistas de perigos vindouros ou tesouros escondidos e tratar bem NPCs geralmente garante informações preciosas sobre o mundo e outros personagens. Pensamento esse, concretizado pelo movimento OSR.

Se estiver usando um Escudo do Mestre para ocultar meus lances, recompenso quem teve muito bom senso e pouca sorte nos dados. Ou só pra pregar uma peça mesmo. Talvez uma espécie de justiça divina distorcida, saca? No final das contas o Mestre não é mal, só um pouco sádico...hahahaha. Mas claro: o importante é se divertir.


Bons jogos a todos!

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