Ontem mestrei pela primeira vez o Dungeon Crawl
Classics em um evento aberto para o público. Montei o grupo na hora, apresentei
algumas peculiaridades do DCC, (já que a maioria já havia jogado D&D 3a
edição) e cada um selecionou os personagens prontos que eu havia levado. Falando
em personagens prontos, disponibilizei na parte de Downloads do blog, um PDF
com os mesmos, para serem baixados e utilizados livremente, todos com
ilustração do Larry Elmore. Só não reparem na diagramação: não tenho habilidade
alguma como designer.
Para o 1o Suryaki Nerd Day, levei a
aventura The Emerald Enchanter, de autoria do próprio criador do DCC, Joseph
Goodman. Ela é destinada a personagens de 2o nível, mas não encontrei
dificuldades para ajustá-la um nível abaixo. Na trama crua, como é apresentada,
habitantes de um vilarejo começam a desaparecer, levados para uma cidadela. O grupo
ruma com o objetivo de trazer a maior número possível de sobreviventes e se
depara com as bizarras experiências do tal Encantador Esmeralda.
Para mencionar logo o único ponto fraco, o módulo peca pela falta de background. Tive que enriquecer esse tópico e na minha versão, tudo
começa com uma luz esverdeada que risca o céu noturno e ruma para um vale. Vale
esse, moradia desde sempre de um druida bondoso que ajudava a população desde
que a anciã da vila era uma criança. Porém, de um mês pra cá, as coisas começaram
a ficar estranhas na região. Nevascas fora de época, animais fugindo, e o
desaparecimento das pessoas na calada da noite. Ou seja, na minha versão, esse
druida partiu para investigar essa estranha esmeralda que cai dos céus e rapidamente, passa a ser controlado por ela. Logo, todas as suas criações passam a ser
deturpadas e ele molda a cidadela de onde mantinha sua vigilância constante, numa
nova espécie de Tumba dos Horrores.
E aqui chegamos onde eu queria.
Fiquei com a impressão de que Emerald Enchanter é baita homenagem e praticamente uma versão
softcore da aventura clássica de D&D.
Muitos desafios, o que parece ser uma coisa, se revela outra, alguns
quebra-cabeças e encontros de fato, interessantes. É uma aventura que em muitos
pontos desafia o jogador e não o personagem. Andar pela cidadela exige atenção
e uma boa dose de investigação. Deixar passar um detalhe ou uma pista,
simplesmente deixará a aventura mais difícil, simples assim. Guardar uma
palavra chave e proferir o comando mágico na local certo, na hora certa, tornará
a vida do seu aventureiro bem mais simples.
Pontos altos da sessão:
- Na primeira metade da sessão, cada personagem
recebeu 1 seguidor de nível 0. Jogadores novatos adoraram gerenciar esse personagem,
pois não existe a pressão de perder o “personagem principal”. Logo,
indiretamente, os personagens de nível 0 se destacam bastante, pois sem
perceber, se arriscam mais.
- O embate com a Criatura de Vitrais bem na entrada
da cidadela. O momento onde o grupo entende que para derrotar a ameaça, deve
mudar radicalmente suas estratégias.
- O puzzle para pegar os livros nas estantes. Os
livros que os aventureiros querem ficam se teletransportando aleatoriamente
entre as estantes. Eles devem raciocinar nesse ponto, e as ideias que surgiram foram
muito divertidas.
Por fim, é um ótimo módulo, salvo pelo pano de fundo que
não existe e que ele é em sua totalidade, um dungeon
crawl. Mas basta exercitar sua criatividade
para elaborar motivos para adentrar a cidadela mortal.
Abraço a todos e bons
jogos!
Bônus: fotos do evento:
Espaço para boardgames. |
Gabi e Sofia entraram na mesa de DCC. Mandaram muito bem! |
Caricaturas sendo feitas na hora. |
Teve cosplay também! |
Pela descrição da aventura, fiquei bastante interessado em me informar mais sobre ela!
ResponderExcluirVale a pena conferir, só vai ter trabalho para criar as motivações dos personagens, mas é bem divertida. Obrigado por ler e comentar. Abraço.
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