As caixas de jogos impressionavam pela qualidade. |
Na minha infância e adolescência nos anos 90,
apesar de ter PC e videogames disponíveis, nada se comparava em experiência e diversão
do que sentar à mesa e jogar RPG com meus amigos da rua ou da escola. Só fui
ficar realmente impressionado, quando conheci os 3 RPGs eletrônicos que mais
me marcaram nesse processo: Baldur’s Gate (e seus “jogos-irmãos” da Black Isle,
como Fallout 1 e Planescape), Ravenloft: Strahd's possession (que já citei nesse link) e Lands of Lore: Guardians of destiny. Hoje me focarei nesse último.
O segundo de uma trilogia de jogos com tramas
independente umas das outras, Guardians of Destiny foi lançado pela Westwood
Studios (que já fazia sucesso com Command & Conquer) em 30 de setembro de
1997 e chamava atenção por ser um RPG de ação em tempo real e em primeira
pessoa. Tudo bem que a SSI já estava fazendo algo parecido há tempos com os jogos de Ad&d (que eram bem legais, diga-se), mas a Westwood elevou isso ao cubo com a riqueza de detalhes e movimentação.
Na trama, você joga com Luther, filho de uma antiga
feiticeira maligna desaparecida. Você arca com os pecados de sua mãe, sendo
aprisionados nas masmorras do rei. Para piorar, você está amaldiçoado: em momentos
aleatórios no jogo, você se transformará numa aberração de 2 metros e pouco, incrivelmente
forte; em outras, em um diminuto e ágil lagarto bípede. Acontece que aos poucos
você descobre que as forças do Caos e da Ordem desejam usar esse seu poder para
pender a balança para seus respectivos lados. Promissor, certo?
O jogo trazia muita riqueza de comandos. |
Lands of Lore garantiu muitas horas de diversão
com meus amigos e primos. Morria, o outro tentava avançar de onde parou. Ao
apertar TAB, abria o mapa do local de onde estivesse e era essencial escrever
no mapa, para não se perder ou mesmo anotar pontos interessantes para investigar
depois. Guardians of Destiny me marcou por 3 pontos principais: por ser um jogo
lindíssimo, ser um jogo inteligente e ser um jogo misterioso. Juro, o clima do
jogo não se compara com nada do que temos hoje, ele não perde tempo explicando
os detalhes daquele mundo de fantasia medieval. Você está tão perdido quanto
Luther e se sente tão pequeno diante do Jogo dos Deuses quanto ele. Em questões
de gráfico, acho incrível as técnicas utilizadas de filmar o ator e aplica-lo
num cenário virtual. Nada daqueles bonecos escrotos de Skyrim. Cada personagem
encontrado (exceto os monstros, duh!) são atores!
Chupa, Bethesda! |
No caminho, alguns serão aliados, outros, inimigos
e até forças neutras. Encontrará armas melhores, magias e locais secretos. Há
passagens bloqueadas por pedras que só podem ser acessadas se estiver na forma
da Aberração e pequenas aberturas (como tocas de rato) que só podem ser
acessadas se por sorte, estiver na forma de Lagarto.
Se você curte jogos desafiadores, que não te
tomam por idiota, gosta de ser surpreendido por elementos fantásticos e
misteriosos, aconselho fortemente experimentar esse jogo. Só avisando: Lands of
Lore: Guardians of Destiny é para poucos.
Abraço a todos!
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