Numenera está disponível em português pela Editora New Order. |
Numenera é um jogo que até agora, infelizmente,
estava parado na minha estante. Desde 2013, quando o jogo saiu e me fascinou
com a proposta do cenário e do sistema, com uma pegada mais “narrativista” do
que os sistemas que Monte Cook havia trabalhado até então. O financiamento coletivo
de Numenera foi um sucesso absoluto: “Finalmente Monte Cook elaborará seu
próprio jogo. Sem intromissão de uma grande empresa. Sem se frustrar no
processo com a falta de liberdade.” – refletiram os fãs, que acompanham as
inspirações do famigerado game designer
desde os tempos em que trabalhou com Planescape e com o grupo que revolucionou
o cenário mundial de RPG com o Dungeons & Dragons 3ª edição, na virada do
milênio.
Para iniciar a campanha com o meu
grupo, escolhi a aventura The Beale of Boregal. O livro e os fóruns
gringos recomendam ela, tanto pela ótima apresentação do cenário, quanto pela diversidade
de desafios propostos. Nela, de fato, há dilemas, encontros que devem ser
superados com combate, com diplomacia ou furtividade.
Na trama, os personagens estão na
região conhecida como The Wandering Walk, uma rota de peregrinação. Procurada
por pessoas que desejam pagar promessas ou realizar uma peregrinação de
auto-conhecimento. Algo análogo ao Caminho de Santiago de Compostela no nosso
mundo. Me foquei em ilustar o acampamento, as tendas multicoloridas e os povos exóticos
que habitam o Nono Mundo. Muitos dialetos, etnias e itens exóticos sendo
oferecidos. Contadores de historia trazem boatos de todas as partes. Fieis de
várias religiões tentam coexistir nessa rota ecumênica. Todos buscam
aprimoramento ou cura espiritual nessa região.
Mapa da região onde se passa a aventura |
Num dado momento, uma movimentação
chama a atenção de todos no acampamento. Cavalgando uma criatura-centopéia, uma
criança e seu irmão mais velhor de aproximadamente 15 anos, ferido na altura do
ombro. Os personagens se reúnem nesse momento, ao escutarem os dois irmãos. A
menina parece sair de um transe e pede que resgatem seus pais, implora que ainda
há tempo de salvá-los das criaturas que surgiram durante a noite. O menino se impõe
e diz que a essa altura, todos já devem estar mortos no vilarejo e que a prioridade
é descobrir o que de fato está acontecendo com sua irmã, que vem escutando
vozes e atraindo estranhos perigos. Para isso, devem levar a menina para uma
Leitora Mnemônica ao sul, chamada Darvin. Só ela poderá perscrutar a mente da
menina e descobrir quem está por trás disso tudo. De quem é a voz que fala dia
e noite.
Esse é o Aneen. |
Diante do dilema, o grupo decide não
perder tempo. Decidem que de fato, a prioridade é ajudar a garota e evitar que
atraia mais perigos para o acampamento. Decidem partir logo. Mas antes, elaboram
um plano para roubar um Aneen (criatura de carga dos mercadores) para agilizar
a jornada. Entre os encontros, tivemos um velho cientista escondido numa
casamata, que pretendia capturar uma criatura na Vastidão. Havok e Moloch
acabam por desacordar com velho para levar seu incrível aparato: um gerador de
portal bastante inconstante. Ambos ficam com esperanças de aprimorar o Artefato.
O segundo encontro foi uma
tempestade de criaturas semelhantes a ácaros, mas do tamanho de pequenas
formigas. Cada um se protegeu como pôde para amenizar os efeitos, ponto alto
para Moloch que teve uma ótima ideia de criar um campo eletromagnético ao redor
do seu corpo para evitar contato com a tempestade-viva.
O sol de põe, e horas depois, o grupo chega à Cylion Basin. Local
conhecido pelos fossos multicoloridos com estranhas propriedades. Na calada da noite, chamaram
em um dos casebres de plasteel e obtiveram a informação da morada de Darvin. Depois das apresentações, ela explica que o musgo que precisa está num vale ali próximo que
recentemente foi invadido por uma matilha de Broken Hounds (espécie de cães selvagens
que atacam em bando). Se o grupo se livrar da matilha e trouxerem o musgo, ela
pode ajudar a menina.
Um uivo e um grito animalesco cortam
a conversa. A última imagem é o Aneen sendo destroçado por uma criatura de
aspecto feral. Falken (um dos personagens-jogadores) havia se transformado
involuntariamente e atacado a montaria do grupo. Incontrolável e sedento, o
segredo até então de Falken é revelado e o grupo deve decidir como contê-lo.
Fim da
primeira sessão.
Relação dos personagens:
Falken, um Jack Sagaz que Uiva para a Lua |
Moloch, um Nano Místico que Domina o Trovão |
Havok, um Jack Mecânico que Funde Aço com Carne |
Pearl, uma Glaive Graciosa que Luta com Estilo |
Material usado:
Livro Básico
Planilha de Personagens (linda ficha feita pelo blog Mundos Colidem)
Dados (Numenera só usa d6, d10 e d20)
Fichas de Pôquer (são recursos
visuais fortes e altamente recompensadores como pontos de XP)
System Cheat Sheet (planilha de consulta em inglês, criada por
Justin Alexander, altamente recomendada: com informações rápidas que evitam
ficar consultando o livro toda hora)
Semana que vem, o relato da segunda sessão. Abraço a todos.
Relatos interessantes. Quero ver como os jogadores vão se sair com o dilema do personagem jogador descontrolado.
ResponderExcluirQue bom que curtiu. Esse domingo jogaremos a segunda sessão. Veremos como se saem.
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