quarta-feira, 16 de março de 2016

Nostalgia: First Quest

Lembro das férias escolares "vidaloka", regadas de First Quest.
Em 1995, com o boom de lançamentos das editoras, a Abril Jovem anunciou que iria trazer grande parte da linha do Advanced Dungeons & Dragons 2ª edição. O First Quest seria lançado aqui, para cumprir o mesmo papel que ele tinha na gringa: apresentar o jogo para iniciantes. O problema é que a Abril lançou o produto DEPOIS dos livros básicos (verdadeira falha crítica!).

Entretanto, o jogo fez relativo sucesso, sempre vejo a galera conversando em tons nostálgicos: seja relembrando as aventuras, os mapas, as miniaturas, o CD de áudio, e outros elementos. Pessoalmente jogava durante os recreios na escola e as sessões eram divertidíssimas. A seus devidos méritos, o jogo veio pra cá bem fiel ao original. Vamos ver cada um dos itens que compunham o kit?


Livro de regras: um livreto de poucas páginas, explicando como realizar testes, como usar as magias, os talentos do ladino, enfim, como jogar. Infelizmente não vinha regras para criar o seu personagem, isso estava reservado para o Livro do Jogador. Na parte de trás, vinha uma tabela de equipamento bem resumida, mas que usei por muitos anos como base de preço.


Livro de aventuras: vinha com 4 aventuras prontas. A última, era “incompleta”, dando liberdade para o Mestre terminar e elaborar em cima. A saber, as aventuras eram: “A Tumba de Damara”, “Sob a Montanha do Medo”, “O Espírito do Morro do Tormento” e “Atravessando o Espaço Selvagem”. Essa última, se passava em Spelljammer, o cenário espacial do Ad&d, talvez como forma da TSR ir acostumando os jogadores com esse cenário.


Livro de monstros e tesouros: esse livreto trazia cerca 50 criaturas para desafiar os jogadores. Tudo bem resumido, mas ainda assim, muito útil na época. Havia algumas bondosas também para ajudar e aconselhar o grupo. A última parte do livro, era reservada a alguns itens mágicos. Os jogadores me irritavam pedindo armas retornáveis, escudos defletores de magia, entre outros. Era tudo bem divertido.


Escudo do Mestre: era a divisória para ocultar os resultados do Mestre, e vinha com tabelas de consulta rápida. Ponto alto para a arte que era espetacular.


 Mapa da cidade: era um mapa em papel-cartão de uma cidade “medieval” genérica. É bem bonita, até hoje uso como handout quando vou Mestrar para crianças e/ou novatos. Atrás, vinha as legendas do que era cada construção.


Ficha dos personagens: o jogo vinha com 6 personagens prontos: Beldar (humano, guerreiro), Morganth (humano, mago), Silverleaf (elfo, guerreiro/mago), Lordan (humano, clérigo), Slinker (humano, ladrão) e Delvar (anão, guerreiro). Atrás, vinham informações de como passar de nível com aqueles personagens. Nota: o jogo permitia chegar apenas até o 3º nível!


Encartes de magias: eram dois encartes: um para o mago, outro para o clérigo. Trazia 10 magias pra cada nível de personagem. Ou seja, um total de 30 magias para cada classe conjuradora.


CD de áudio: esse CD fez sucesso, a Abril Jovem gravou todos os áudios originais em um estúdio de dublagem. Eram áudios que reproduziam as cenas e interações que o grupo tinha nas aventuras, a 4ª aventura vinha sem esse suporte, deixando novamente liberdade para o Mestre criar suas próprias falas, reações e descrições dos cenários.



Mapas: ilustravam as principais locações das 4 aventuras trazidas. Atente que elas vinham na escala adequada para usar as miniaturas. Eram cenários intrigantes, cheios de detalhes, lembro que os jogadores passavam bastante tempo analisando cada gravura, cada cômodo.


Miniaturas: a “cereja do bolo” no kit, ainda mais num tempo onde eram raras as miniaturas. Seis miniaturas de plástico, representando os personagens prontos. Lembro que continuamos a usar quando migramos definitivamente para os corebooks do AD&D, juntamente com as miniaturas do Dragon Quest.

Dados: por fim, e muito importante, o kit acompanhava os dados multifacetados. Esses carinhas eram difíceis de encontrar, logo, esses mesmos dados foram usados em todos os outros jogos vindouros que experimentei da época: Daemon, Tagmar, Pendragon, entre outros.  

Conclusão

First Quest é um produto que cumpriu parte de seu papel aqui no Brasil. A Abril errou no timing, mas nos trouxe um material de qualidade nessa época. Eu não sou a favor de dividir o produto em kits, mas é óbvio que a Abril fez isso para baratear. O kit completo enche os olhos até hoje, fica bonito na mesa e chama a atenção dos novatos. Da última vez, levei em uma colônia de férias e as crianças que estavam jogando no celular e no Kinect, deixaram os gadgets de lado para experimentar “esse tal de RPG”. E não se arrependeram: diversão garantida!


Abraço e bons jogos a todos!

4 comentários:

  1. Foi minha porta de entrada para o hobby, em 1997.

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    1. A minha foi a caixa preta da GROW, mas na escola levei muito o First Quest para apresentar o RPG para outras turmas e colegas. Obrigado por ler e comentar.

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  2. Gostei muito da estória, a minha foi diferente, porém muito emocionante, mas muito comprida para passar tudo aquilo aqui kkkk . Tenho ele paguei 5 reais em a uns anos atrás , e o coloquei em baixo da cama sem dar nenhum valor, hoje o estou jogando todos os dias , porém retirei algumas regras e coloquei outras ficou bem diferente do jogo original, estou ainda na tumba de demais , achei bem difícil e abandonei na primeira vez que joguei, mas vô que tinha uma regra que eu poderia ir voltando até completar então eu fiz isso e já tem alguns cômodos completos, obrigado por compartilhar esse lote incrível e bem feito com carinho especial

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    1. Opa, meu camarada! Por 5 reais foi um achado incrível, de fato! Obrigado por compartilhar também sua experiência. First Quest tem um lugar muito especial na minha trajetória de jogo. Se quiser conferir, gravei uma vídeo-resenha dele tempos atrás no meu canal no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=rWknVoxm7Qk

      Abraço!

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