terça-feira, 7 de junho de 2016

Relato de jogo: Shadowrun

A maior parte do meu grupo de jogo, é fanática por Dungeons & Dragons. Foram catequizados recentemente por mim para o Dungeon Crawl Classics, mas torcem o nariz quando quero mudar o gênero do jogo ou experimentar algo novo. E acreditem, é um problema mais comum do que imaginam. Apenas os Mestres/Narradores com anos de bagagem conhecem essa situação. Sendo assim, obriguei-os a jogar Shadowrun na tarde do último domingo. E foi divertido!


Não me venham dizer que existe a 3a edição, 4a edição ou a mais recente 5a versão do jogo: minha parada mesmo é o Shadowrun 2a edição da Ediouro, lançado na década de 90 por aqui. Essa edição tem um apelo muito grande pra mim por vários motivos: foi o segundo RPG que conheci, depois de jogar o Dungeons & Dragons da Grow, a arte do livro é linda, contando com artistas incríveis dessa época como Tim Bradstreet, Larry Elmore e outros mestres, a tecnologia datada, pra mim, também é o ponto alto. Não quero wi-fi, smartphones, realidade ampliada e internet rápida em meus jogos. Quero teclado de PC conectado no crânio dos meus deckers, disquetes empoeirados, terminais nas esquinas, ou seja, elementos imortalizados pela arte conceitual “oitentista” do que seria o futuro. Essa sim, é a estética ditada na Trilogia do Sprawl de William Gibson!

Os distritos de Seattle em 2053!
Quanto a trama, nossos runners, foram procurados por um cientista anão que havia sido demitido da Genetech, um laboratório genético em ascendência no centro de Seattle. Um assassino serial à solta e a guerra de gangues de Seattle completam o cenário atual e apenas ele sabia como esses eventos se conectavam. Apresentações foram feitas em um local chamado Sushi 2000, e por fim, explicou a missão: recuperar sua pasta de pesquisas patenteadas. Uma vez fechado o valor e o contrato, o local é atacado por mercenários contratados para matar o ex-funcionário. Coube ao grupo provar suas habilidades e aos jogadores, testarem o sistema de jogo da FASA.

Capangas vindo pela porta dos fundos do Sushi 2000.
Depois de fugir da galeria, mantendo o contratante ileso, eles contratam um elfo tecnauta para mapear o laboratório e desativar as câmeras de segurança. Como um extra, ele desativa o robô vigilante também. O elfo que idolatra Jah e canta sobre os Rios da Babilônia, completou com êxito sua missão, abrindo caminho para nossos heróis adentrarem o complexo e recuperarem as patentes do cientista.

A planta da Genetech
O grupo invade o local, enfrenta os vigias e rouba os planos, mas no processo explodem uma granada, ativando o alarme geral e dando adeus à discrição da tarefa. Eles fogem do local apenas com ferimentos superficiais. O próxima etapa é usar um chip contido na pasta para parar o assassino serial que está atacando no Distrito do Ferro-Velho. Eles descobrem nos documentos que o assassino (na verdade uma mulher) é fruto de um dos experimentos da Genetech, ela está com um chip implantado que emite uma frequência que deixa-a incontrolável e animalesca. A última etapa, foi uma visita ao Piano Retrô, um bar de jazz, com o intuito de obter mais informações sobre o paradeiro da assassina. O grupo ruma para um dos becos do Distrito, onde ela fora vista pela última vez. E preparam-se para o combate final. O grupo chega até o beco indicado, repleto de carros amassados, latas reviradas e se deparam com o Experimento 009, que utilizou a frequência do seu chip para controlar 2 cães do inferno. Depois de conter os cães do inferno, um dos personagens tomba (um samurai urbano ork), restando aos outros dois, emitir a frequência que anula o chip da mulher.

O confronto final com a cobaia e seus cães do inferno!
Planos de saúde DocWagon ativados garantem a sobrevivência do ork tombado e da cobaia. O anão que os contratou faz uma queima de arquivo dele e da moça para que ambos possam tocar a vida com novas identidades e em outros lugar. A noite termina e mais uma missão realizada. Na manchete do dia seguinte, a Genetech decreta falência.

BÔNUS: Referêrencia em "Apenas um Show", episódio Skips vs. Technology
 Adoro Shadowrun!

9 comentários:

  1. Que coincidência!!! logo na época que to entrando em uma vibe cyberpunk e louco pra jogar algo do gênero!

    Louco pra jogar Shadowrun agora!

    Apesar de ter começado meu amor incondicional por sistemas Old School, principalmente de fantasia medieval alá OD&D, DCC, Warhammer Fantasy (1 e 2 claro) e Aventuras Fantasticas Avançada. Ainda sim to procurando mesas e quem sabe sobra um tempinho pra preparar alguma pra mim mestrar!

    Otimo post e como sempre um excelente blog!

    Algum dia não toparia mestrar shadowrun via skype não? Eu seria o primeiro a dar um jeito de ficar disponivel!

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    1. Que bom que gostou! O gênero futurista, infelizmente, sempre foi deixado em segundo plano nas minhas mesas. Volta e meia, eu tenho que tirar a poeira dos livros e jogar pelo menos um one-shot. Obrigado pelos elogios. Ainda não entrei no mundo das mesas virtuais, mas se o fizer, notificarei aqui. É uma ideia que me agrada.

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  2. Cara vc sintetizou tudo que Shadowrun significa pra mim! Gosto do estilo oitentista e nada dessa de WI-Fi tudo a moda antiga.De vez em quando eu narro algumas aventuras em eventos aqui em Vitória e nunca deixo esse jogo maravilhoso parado por muito tempo.Parabéns pelo blog e pela aventura!

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    1. Valeu, Andre. Que bom que se identificou com o relato. Adoro Shadowrun também! Tenho muito carinho por ele. Curta lá no Facebook para acompanhar o blog. Obrigado por ler e comentar.

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  3. Muito legal a descrição do jogo. Eu também sou old school, e shadowrun está no meu coração. Se for do rio de janeiro, podemos marcar uma mesa. Abraço

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    1. Opa, que bom que curtiu. Sou do RJ sim, topo marcar alguma coisa. Obrigado por ler e comentar.

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  4. Muito legal a descrição do jogo. Eu também sou old school, e shadowrun está no meu coração. Se for do rio de janeiro, podemos marcar uma mesa. Abraço

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  5. Todas as versões de Shadowrun são muito boas, cada uma delas tem uma espécie especifica de cenário por ser em uma década diferente da outra, fazendo com que você não esteja narrando apenas em um sistema diferente mas também esteja narrando em uma época diferente.
    A galera pega mal com a matrix Wi-fi mas garanto que isso é normal quando vc migra da 2nd pra Quinta por exemplo :), se você for acompanhando os avanços é meio que natural vc ver essa mudança ocorrendo, e viver em um mundo de realidade aumentada é bem diferente. Sinceramente as últimas edições são mais cinematográficas e a mais antiga mas Hard Cyberpunk, mas eu gosto de todas, estou migrando meu grupo agora para a quinta edição depois de jogarmos 5 meses dessa segunda edição da Ediouro :D.

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    1. Interessante isso da passagem das décadas. Se a New Order trouxer o livro básico, talvez dê uma chance à 5a edição do jogo. Obrigado por ler e comentar aqui. Abraço.

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