quinta-feira, 23 de junho de 2016

Resenha: As Crônicas de Conan Vol. 01

Prepare sua carteira, cão!
Recentemente a editora Mythos lançou aqui no Brasil, o primeiro volume da coleção As Crônicas de Conan. Com acabamento de luxo, papel lustroso e capa dura, a HQ pode ser encontrada na Amazon com um preço mais camarada. A coleção já faz sucesso mundo afora, e sua premissa é trazer a passagem do personagem na Marvel. Logo, esse primeiro volume, compila os números 1 ao 8, lançados entre vários obstáculos editoriais e contratuais (como detalhado no Apêndice da obra).

Relação das edições presentes nesse primeiro volume.
A edição, de fato, está linda. Apresentando as histórias remasterizadas, recoloridas digitalmente pela Dark Horse. Muita gente torceu o nariz pelo tratamento. Entendo. Mas me adaptei rapidamente. As cores saturadas e limpas ainda trazem a nostalgia certa e combinam com a lendária arte de Barry Windsor-Smith, cujo evolução técnica é percebida em cada edição. O livro também nos traz um lindo mapa atualizado e completo da Era Hiboriana.


Entretanto, vamos para nosso assunto principal: as histórias. Todas, com uma paradoxal mistura de simplicidade e grandiosidade, raro nas narrativas do gênero nos dias de hoje. Muitas mídias tentam emular o clima e o ritmo dessas histórias e falham vergonhosamente. Para os fãs do movimento old school então, é uma obra essencial. Ver Conan enfrentando demônios, sendo enganado por mulheres voluptuosas, barganhando pagamentos por missões e interagindo com ladinos, guerreiros e feiticeiros é incrível. Ver o crescimento e desenvolvimento desse personagem em uma mídia com tanto apelo visual, é impagável!


Gostei bastante do novo tratamento de cor.
O livro termina com um dossiê escrito por Roy Thomas de como foi todo o processo de selecionar um personagem para uma HQ “espada e magia” para a Marvel. Haviam outros candidatos além de Conan, inclusive a ideia de histórias na Terra-Média, mas a família de Tolkien nem quis conversa. Nesse mesmo artigo, ele compartilha curiosidades e experiências vividas nos anos escrevendo para o personagem. Às vezes a partir do material original de Robert E. Howard, às vezes, do zero.

Quando iniciei a leitura, tive muito medo, mas posso dizer seguramente: é gratificante ver como essas histórias pulp envelheceram bem, e quanto elas ainda tem a nos oferecer no quesito inspiração. “A Torre do Elefante” é a apoteose definitiva de todos os elementos que representam o movimento OSR tão debatido nos grupos e fóruns de RPG. Ao que tudo indica o primeiro volume já é um sucesso (está na lista dos mais vendidos da Amazon) e provavelmente, a Mythos dará continuidade, passando por outras lindas fases do cimério. Graças a Crom!


 Boa leitura a todos!

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