Esse reino já viu muitas aventuras (e desventuras também). |
Alguns Mestres (iniciantes
principalmente), quando sentam para elaborar seus jogos, gostam de pensar em
longo prazo, estruturar logo de início, sua trama para se desenrolar em algo
grandioso. Com a melhor das intenções, está empolgado para mostrar aquele mundo onde a
campanha ocorrerá, seja uma ambientação própria ou já famosa.
Entretanto, há de
fato, beleza na simplicidade. Basta estruturar no início de sua campanha, um micro-cosmo.
Antes de desdobrar aquele lindo mapa-múndi dividido em quatro partes na frente
dos jogadores, considere algo menor, uma localidade mais específica de onde
ocorrerão as primeiras interações entre os jogadores e o seu mundo proposto.
A ilustração no topo
desse artigo, é um exemplo pratico disso. Data dos meus 8 anos de idade, minha
primeira campanha de D&D (ainda com a caixa da GROW), mas que depois
recebeu suporte completo do Rules
Cyclopedia. Nota-se apenas um reino. Uma vila para servir de “base de
operações” dos aventureiros (templo, ferreiro, uma loja, uma taverna, etc) e
suas adjacências para ser exploradas, para atiçar a curiosidade dos jogadores.
Esse mapa parcial de Toril pode intimidar. |
A saber, o ótimo módulo da
Redbox "O Forte das Terras Marginais" (escrito pelo Rafael Beltrame, inspirado no clássico módulo da TSR), é um
belo exemplo de micro-cosmo bem estruturado. O segredo, é que um micro-cosmo
bem feito, é bastante vivo e natural. Os NPCs e os detalhes da ambientação são
tão ricos que os jogadores se sentem parte do local. Apresentando muitas vezes,
resistência para sair desse ambiente ao qual estão à vontade: “me arriscar em
outro lugar com NPCs que não conheço?” ou “o ouro que acumulei não é aceito no
reino vizinho, ficarei aqui mesmo”, ou “cruzar as Montanhas Congeladas repleta
de perigos e trolls das neves. Obrigado, ficarei aqui mesmo.” Não que o
micro-cosmo não apresente perigo, mas os personagens por conhecerem o local,
locais a serem evitados, onde procurar ajuda, tendem a ter a ilusão de segurança.
Isso é verossimilhança e enriquece seu jogo.
No final será
recompensador ver os jogadores decorarem de maneira natural o nome das
locações, do capitão da guarda, do nome do prefeito e da sua esposa, do
sacerdote que administra sozinho o mosteiro na montanha, o eremita sábio que
reside na mata próxima. Claro que há graça em confrontar o desconhecido e
cruzar fronteiras não-mapeadas, mas isso é assunto para outro post.
Abraço a todos e bons
jogos.
Eu sou completamente partidario do Micro cosmos!
ResponderExcluirVejo no grupo de whats do OD, muita gente preocupada em fazer o reino todo, com seus deuses, historia antiga, e coisas e tal. Mas sempre aconselho a começar pequeno, com uma vila e seus arredores. a partir dai, sigam adiante :D
Exatamente! A expansão de mundo acontece in game e de maneira mais natural. Abraço.
ExcluirConcordo plenamente. Adoro mini cenários/micro cosmos.
ResponderExcluirValeu Leo. Abraço.
ExcluirÓtima postagem. Parabéns.
ResponderExcluirValeu Carlos! Abraço.
ExcluirCaraca vc mestrava com 8 anos e fez aquele mapinha maneiro? Sensacional rs
ResponderExcluirSim, gastava horas a fio desenhando e pintando. Pensando em como dar vida a cada cantinho do mapa. Por isso, será sempre meu hobby favorito! Abraço.
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