Em agosto a Editora Jambô lançou o
último livro da Trilogia do Elfo Negro, depois de um hiato relativamente
curto entre os outros e isso é ótimo! A saga, que visa contar as origens do
elfo negro mais famoso de Forgotten Realms, desde seu treinamento em
Menzoberranzan, a cruel cidade dos drow. A saber, os outros livros já foram
resenhados aqui: Pátria e Exílio. O post abaixo, pode conter leves spoilers:
Gosto de pensar que essa trilogia possui temas bem
claros: o primeiro volume trabalha a construção de um senso moral para nosso protagonista, pontoando claramente, quais as linhas que ele não cruza. O segundo é a aplicação
dele e onde as linhas morais são esticadas ao extremo, mas Drizzt luta com todas as suas forças para não rompê-la. Agora em Refúgio, vemos a maturação desse senso de justiça e a busca por um lugar onde exercer esse moralidade.
Refúgio, inicia-se exatamente do
gancho deixado no final do segundo: Drizzt chegando na superfície. Mais
precisamente, nos vales ao redor de Mirabar, onde mesmo a distância, o drow começa
a se apegar à uma família de camponeses. Ao longo do percurso, Drizzt faz
inúmeros inimigos, mas nenhum é mais terrível que o ser humano e a solidão. Eu
considero os livros do R.A. Salvatore bem young
adult, mas todos brilham em momentos de maturidade ao abordar tais aspectos.
Principalmente nos interlúdios, que representam os monólogos filosóficos de
Drizzt. É nesse livro também que temos a grafia da pronúncia do nome do
protagonista: “Drizzit” – dito pelo membro mais jovem da família de fazendeiros.
O tormento vindouro dessa tentativa de aproximação, assombrará o elfo negro
para sempre.
Nessa dura jornada em busca de um
lar, Drizzt conhece muitas pessoas: anões, um detestável humano caçador de
recompensa, um druida cego e bem experiente (que o ensinará o caminho do
ranger), a carismática e ainda pequena Cattiebrie (filha adotiva de Bruenor) e
inclusive um grupo de aventureiros que parte no encalço do drow, que sempre em
fuga, nunca encontra um lugar para se estabelecer.
Entre outros pontos que gostaria de
destacar, estão o fato de que os itens mágicos obtidos na famigerada cidade
drow estão se enfraquecendo e deteriorando, coisa que de fato acontece com
itens mágicos forjados pelas Casas dos elfos negros, que encontram a luz do
sol. Lá pra segunda metade do livro, Drizzt se junta aos Frades Penitentes, uns
eremitas bem carismáticos que garantem cenas com um Dragão Vermelho, digna do
Hobbit. E Bruenor e sua filha que realmente roubam a cena, demonstrando
sensibilidade e até mesmo resgatando parte da inocência perdida de Drizzt e
isso é muito bem construído.
Por fim, o livro, em suas quase 380
páginas fecha um ciclo importante de lançamentos. Muito legal ver que a Jambô
está fazendo um trabalho que havia sido descontinuado pela Devir. Tomara que
eles tragam romances de Dragonlance! Felizmente, como está escrito na última
página de Refúgio: Drizzt Do´Urden voltará. Ou seja, teremos as outras sagas
por aqui. Resta saber se eles vão pular a segunda trilogia (lançada anos atrás pela Devir) ou se vão relançar a Trilogia do Vale do Vento Gélido com a mesma identidade visual (o que seria o ideal). Abaixo, a relação dos romances na gringa, lembrando que por enquanto, temos as duas primeiras sagas em português:
Abraço a todos e boa
leitura.
Olá Ranieri,
ResponderExcluirJá havia lido Refúgio na versão em português de Portugal e em inglês, mas reli novamente a versão brasileira. Muito bom livro, sou um grande fã das histórias do Drizzt.
Espero que eles pulem a primeira trilogia e partam para a Legacy. Apesar de já ter lido os dois primeiros livros dessa trilogia em inglês, estou esperando ansiosamente para lê-los em português.
Abraços
Ola, Diogo. Sinceramente, acho que eles não irão pular, pois tem muito leitor novo. Editorialmente falando, faria mais sentido seguir a ordem de acontecimentos na vida de Drizzt. Mas sim, também estou ansioso pra ler a serie Legacy. Abraço!
ResponderExcluirEles poderiam lançar tudo junto, uma vez que a trilogia do Vale do Vento Gélido já está traduzida. Ou fazerem o lançamento com um intervalo menor.
ExcluirEntão, geralmente não podem usar a tradução feita por terceiros. Afinal, a tradução anterior foi um serviço contratado pela Devir na época. Seria um trabalho do "zero" mesmo. Entretanto, se seguirem esse ritmo (que é bem realista para nosso mercado), já está bom.
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