O texto
abaixo contém spoilers do episódio.
“Hunters in
the dark” é o nome do sexto episódio, que inicia com o detetive Hays e sua esposa na cama.
Ele conta que essa é foi a primeira vez que atirou no oficio de policial (para matar Woodard). Esse
é um episódio, quase que para recobrar o fôlego, mas não se engane: a atmosfera
tensa, persiste. Quase é possível ver algumas “barrigas” na trama, como
explicar que o filho de Hays está tendo um caso com a diretora do documentário,
mas a série ainda pode nos enganar e conectar grande parte disso em seu
desfecho.
Toda a
sequencia posterior é sobre Tom e as alegações feitas por Julie ao telefone,
pois agora ele está como suspeito. Tom está visivelmente abalado e perturbado por
essa suspeita ser levada em conta. Ele está destroçado pelos eventos e
acreditei nele desde o inicio. Não na inocência da mãe (que acredito até mesmo
ter escrito o bilhete anônimo para acalmar Tom), mas na dele, sim.
Além disso,
vemos os promotores doidos para encerrar o caso nos anos 80. “Temos tudo o que
precisamos para isso. Foi o índio, encontramos a mochila de Will e a blusa da
menina no quintal dele.” – eles dizem. Hays não comprar nada disso, claro.
Desde o episódio anterior, ele até se assusta como eles querem fechar o caso
rapidamente. Woodard é o bote expiatório perfeito para eles e Hays sabe disso. Ele
precisa de mais informações e o tempo está passando...
Enquanto
isso, nos anos 90, Amelia, esposa de Hays diz que com eles reabriram o caso, o
editor dela encomendou uma sequência para o best-seller criminal dela. Claro
que Wayne fica transtornado novamente, mas essa cena ilustra também que a vida
de um escritor, não é muito diferente da vida de um detetive.
A cena seguinte
nos fornece respostas sobre Harris James, ao qual fora citado no episódio
anterior. Sabemos que foi ele quem estava no dia em que as pistas (falsas)
foram encontradas na casa de Woodard e foi ele quem oficialmente “identificou”
essas peças. Logo, fica a suspeita de que ele foi pago (muito bem pago,
diga-se) para plantar essas evidências no local do massacre. Esse episódio mostra
que ele passou a ter um cargo administrativo alto na Hoyt Foods, como alguém
pagando por favores prestados. O homem está bem de vida, mas sabemos que um
tempo depois, alguém dá um sumiço nele, claramente, se livrando de uma ponta
solta.
Logo depois disso,
temos Amelia fazendo sua investigação num convento que acolhe moças em
necessidade. Julie ficou lá um tempo, mas suas colegas de quarto contam que ela
já estava bem dissociada, pedindo para chama-la de Mary Julie (ou Mary July) e
falando algo sobre ser uma princesa de um quarto/castelo rosa.
Nossa dupla
de detetives agora, recebe uma ligação do tio de Julie, querendo se encontrar
num local público (numa lanchonete) para fornecer novas informações, em troca
de dinheiro. Claro, que eles não aceitam e pressionam ele. Duas informações importantes
eles conseguem espremer: Julie pode ter sido fruto incestuoso e a segunda
coisa: “Tudo isso está relacionado às crianças. “
Sobre o innuendo
homossexual: aparentemente não é mais uma mera sugestão, ele de fato existe. No
carro, os detetives conversam sobre as peças que obtiveram até agora: a tal
boate gay em Devil´s Den, mencionada pelo antigo chefe de Tom, o panfleto sobre
ajuda a homossexuais, e a piada que o tio de Julie faz para Tom quando os dois
se encontram na parada de viagem. Desse embate, Tom descarrega toda sua fúria
no tio dos filhos, mas Dan O´Brien diz nem sabia da existência do tal peephole, mas diz ter um nome importante
para o caso. Se é de fato revelado, não sabemos por enquanto. Obviamente, o
homem ao qual Julie acredita/considera seu verdadeiro pai.
Agora, temos
Hays na timeline mais atual, contando sua descoberta sobre o peephole para
Roland West: na verdade ele não servia para espionar e sim para passar os
bilhetes, encontrados por eles durante a primeira investigação do crime. Nessa mesma
cena, Hays acha que a diretora do documentário faz muitas perguntas sobre
Harris James. Será que o policial desaparecido é parente da cineasta? Por que
tanto interesse nessa peça do quebra-cabeças? E finalmente sabemos do que se
trata a tal lista de nomes e endereço que Wayne pediu para o filho, episódios
atrás: uma relação de funcionários da Hoyt Foods. Obviamente são os próximos passos
da investigação de 2015. O desfecho dela, é de rachar o coração, com Wayne
voltando do banheiro totalmente esquecido: sem saber o porquê Roland de estar
ali. Ele nem sabia que seu parceiro estava ali, na verdade! E é nesse estado
que a paranoia de Hays sempre volta à tona. Seja ela justificada ou não...
Cortamos
para Amelia Hays, na coletiva do seu livro, onde um homem negro e cego de um
olho reclama da falta de responsabilidade dela, publicando aquela obra, de um
caso, não resolvido, embasado de evidências incompletas. Detalhe que com quase
toda certeza, esse é o homem que os detetives estavam procurando. Seguindo a
pista da vendedora de bonecas. Essa é a exata descrição física do homem que
comprara o lote de bonecas de palha. Fica nítido que Amelia sempre está mais próxima
das respostas que os próprios detetives. Sempre.
A cena final
é bizarra e devastadora, aquele tipo de coisa que drena seus últimos pontos de
sanidade: Tom Purcell alcança a verdade. Enquanto ele é monitorado por câmeras,
ele adentra o tal castelo. Um castelo que deveria ser impenetrável está com
todas as portas abertas (literalmente) para ele. Obviamente, QUEREM que ele se
depare com a verdade. Até finalmente ele acender a luz do temido quarto rosa. E
é perturbador não saber exatamente COMO ele encontrou sua filha Julie: é
deixado de propósito para a sua mente completar o cenário dantesco. A mente
humana é doentia e maligna o suficiente para fazer esse trabalho com maestria,
infelizmente. Morta, seria o caso menos traumático nessa realidade. O que ele
viu, esgotou suas últimas forças. Esses últimos segundos do episódio,
praticamente comprova a teoria da rede de pedofilia gerenciada pela Hoyt Food,
apresentada nos primeiros episódios dessa temporada. Gente de cima, maligna e
intocada pela justiça humana. O episódio fecha com Harris James surgindo por
trás de Tom no quarto rosa.
Episódio incrível
e tenso: que trabalha com o desconhecido, numa espécie de limbo que caminhamos
sem saber para onde estamos indo. Como o nome do episódio diz, nós como
espectadores, também estamos caçando no escuro.
Abraço a todos
e até semana que vem.
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