segunda-feira, 7 de novembro de 2016

5 Coisas que eu gosto no Rules Cyclopedia


Ontem, estava tirando poeira do meu Rules Cyclopedia e relendo alguns capítulos, anotei cinco coisas que me agradam demais nessa obra que é considerada o Santo Graal dos livros de RPG.

A arte uniforme

É raro e estrategicamente difícil para uma obra, ter apenas um artista. É uma norma editorial quase regida por bom senso, pulverizar a arte do livro para não sobrecarregar ninguém, certo? Bom, a TSR utilizou a arte de Terry Dykstra para todo o livro, com algumas artes originais e muitas já apresentadas nas caixas Basic, Expert, Companion e Masters. Sinto-me bem folheando o livro e ver uma arte uniforme. Se você jogou o lendário D&D da Grow aqui no Brasil, lembra bem do traço forte e limpo de Dykstra.




Tudo em um único lugar

É uma sensação boa também, perceber que todo o material de campanha está em um mesmo livro: as regras de nível 1 ao 36, as magias, as criaturas a serem enfrentadas, os itens mágicos, as dicas para mestrar, para elaborar sua aventura, até o cenário de jogo está lá! É inegável, que o Rules é um livro redondo e bem compactado.

Mystara como mundo oficial

Karameikos foi o primeiro reino oficial por onde meu grupo se aventurou. Em 1994, jogando D&D da Grow, usava um mundo 100% inventado com meus colegas da escola (que girava em torno da Excalibur!). O Rules Cyclopedia usar Mystara como base, era juntar o útil ao agradável. Os detalhes são en passant, claro, mas é apresentado um ótimo material para um sólido “ponto de partida”, contando ainda, com lindos mapas coloridos.


O Mestre mandou

Esse é polêmico! Em tempos onde os RPGs (analógicos ou eletrônicos) seguram sua mão e perguntam se você está bem e feliz, o Rules Cyclopedia é imperativo: ”Não faça isso” ou “Faça isso!”. As regras dizem o tempo todo: ”pergunte ao seu Dungeon Master se ele permite você fazer isso”, ou “entregue os dados para o DM, diga o valor de sua habilidade e ele fará esse teste para você”. E eu acho isso lindo! Hahaha! A titulo de curiosidade, essa versão é a que não permite, por exemplo, aos clérigos usarem armas de corte ou perfuração. É interessante ver que essa restrição perdurou por muitos anos entre os jogadores. 

Fortalezas & Domínios

O Rules Cyclopedia, obviamente influenciado pelos contos Conan, rei da Aquilônia, parte do seguinte pressuposto: heróis quando chegam em determinado nível, não mais adentram em masmorras nem trabalham como mercenários. Eles já são extremamente poderosos e renomados. O desafio agora, é administrar um exército, um castelo, um baronato ou um templo de sua religião. Assim, há um capítulo inteiro de como gerenciar gastos da corte real, de armas de cerco, regras para combate em massa, para alimentar tropas, etc. O jogo muda inteiramente de proposta! Essa é uma ferramenta ótima para renovar o fôlego de um grupo veterano, por exemplo.

São esses 5 fatores (entre outros) que tornam o Rules Cyclopedia um livro único e tão falado entre as comunidades de jogo. Voltarei a falar dele em breve. 

Abraço e bons jogos para todos!

20 comentários:

  1. Ja testei o sistema de combate em massa e foi o mais divertido que usei até hoje. Livraço!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grande Balbi, bom te ver por aqui! Estou elaborando uma campanha pra tentar utilizar as regras exatamente como estão escritas para justamente testar aspectos do jogo que exercitei pouco ao longo dos anos. O combate em massa do Rules, será posto a prova. Obrigado por ler e comentar.

      Excluir
  2. Esse livro é maravilhoso. O melhor que já joguei até hoje. Pra mim a regra de vc ficar mais hábil com uma arma e ela ir aumentando o dano é muito legal.
    Agente usava uma xerox dessa maravilha.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, a mecânica de Weapon Mastery é perfeita, uma pena não ter migrado para as outras versões do jogo. Farei uma matéria só sobre essa mecânica em breve. Muito obrigado por ler e comentar aqui.

      Excluir
  3. Por muito tempo esse livro esteve na minha lista de desejos até encontrar uma cópia por preço acessível no Ebay. Foi a felicidade quando chegou direitinha, sem danos, só leve desgaste nas bordas.

    Uma pena que não incluiu as regras revisadas para Immortals, que saíram só depois na Wrath of the Immortals.

    A arte do Terry Dykstra é algo que chama a atenção mesmo. Aquilo lá é muito bonito e tem todo um outro feeling quando você vê os mesmos personagens em diversas situações.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, ele não contém a caixa do Immortals, mas as trilhas de ascenção são apresentadas, o que dá bastante pano para uma campanha com essa pegada. O feeling que emana da arte é único mesmo: cada ilustração conta uma história. Coisa rara de se ver hoje em dia. Grande abraço e obrigado por comentar.

      Excluir
  4. realmente, esse é um dos livros mais redondos daquela era, uma anomalia, em se tratando da TSR e sua proposta (já que era uma concorrência para o carro chefe, o advanced).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. De fato. A exemplo do que a Wizards fez com reprints de Ad&d 1a e 2a edição, os fãs esperam ansiosamente que ela faça um reprint desse livro também. Obrigado por ler e comentar. Abraço.

      Excluir
    2. Acho difícil ganhar uma reimpressão de luxo como foi com esses livros agora que estão passando pro DM's Guild a impressão. Resta só o Cyclopedia entrar na lista permitida.

      O problema maior pra gente é o preço do frete. Quando fui ver a caixa do Hollow World, ia sair $32 só de frete. E as caixas são impressas como um livrão só.

      Excluir
    3. Entendo. Estou atento também pra ver se vão liberar o Rules no print on demand do DM´s Guild. Nem esse frete salgado me impediria de pegar uma cópia novinha em folha!

      Excluir
    4. To com você. A minha original não sai do armário. Peguei agora o Dark Dungeons pra ver se é um substituto à altura.

      Excluir
    5. Vi nos fóruns a galera falando e comparando o Dark Dungeons com o Rules. Vou pesquisar mais sobre ele pra ver se vale a pena.

      Excluir
  5. Oi! Comecei no Old School com o Old Dragon e tô em dúvida sobre testar outro retro clone ou ir direto no Rules Cyclopedia, mas tive a impressão de que as informações presentes nele são meio desorganizadas. O que você acha disso? Me aconselha a testá-lo? Estou entre ele e o Microlite 81.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Marcus. Na verdade o Rules nem é tão desorganizado como dizem. Fato é que ele contém MUITA informação, o que é intimidador para um novato. Um Mestre safo e experiente, sabe filtrar o que deseja de fato usar e o que funciona em sua mesa, por exemplo. Sem sombra de dúvida, um livro lindo e completo. Se tiver paciência e um inglês razoável, é um dos maiores representantes do old school tão em voga atualmente, na minha opinião. Recomendo o ótimo trabalho do Balbi mestrando o Rules nessa campanha aqui: https://www.youtube.com/watch?v=v9ezPMlKPnM&t=1099s

      Grande abraço!

      Excluir
    2. Muito obrigado pelo retorno! Ele é bem descritivo e as regras estão ali dentro dos blocões de texto, né? Talvez isso tenha me passado essa impressão. Vou assistir o vídeo. Na real o que mais me atrai nele mesmo é a arte e a aura, haha. O Microlite 81 só me chama muito a atenção por usar umas mecânicas mais simples de 1d6 pra talentos ladinos e coisas assim, sabe? Enfim. Obrigado!

      Excluir
    3. Não conheço o Microlite 81. Vou conferir depois. No mais, meus 3 RPGs com espírito old school favoritos são: Rules Cyclopedia, Dungeon Crawl Classics, e o Lamentations of the flame princess. Recomendo testá-los também.

      Abraço.

      Excluir