quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Resenha: The Complete Priest’s Handbook

O terceiro dos Livros Vermelhos é referente ao clérigo. Escrito por Aaron Allston (autor do incrível Rules Cyclopedia) e lançado em 1990. O material desenvolvido é o mais amplo da série, funcionando como uma caixa de ferramentas para você desenvolver a gênese de seu mundo, levar em conta sua astronomia, como montar seu panteão do zero.

Essa é basicamente a primeira parte: recursos para preencher uma Ficha de Criação Mítica (como se fosse a ficha de um personagem mesmo, mas sem atributos, apenas respostas absolutas). “Como o universo foi criado?”, Qual é forma dos planetas e do universo?”, “Os deuses que o habitam são imortais de fato?”, “Ele/Eles interferem direta ou indiretamente nas questões mortais?”, entre outras questões desse cunho.

O segundo capítulo ensina a Desenvolver Divindades. A primeira coisa, é decidir se ela é um deus de fato, uma força ou uma filosofia. A saber, um deus é uma entidade de grande poder, geralmente desejando impor suas vontades e caprichos no escopo mortal. Eles também estão ligados à um atributo ou conjunto: amor, guerra, agricultura, casamento, morte, etc). Uma Força é algum tipo de processo natural (ou não) que influencia o mundo. Ela não é necessariamente inteligente, mas é magicamente poderosa. Quer exemplos? A Entropia, a Natureza, o Ciclo da Vida, a Magia (a Força de Star Wars é um exemplo perfeito disso). Por último, a Filosofia é uma ideia ou um conjunto de ideais. Filosofias são criadas pela humanidade e outras raças sencientes, e seus valores são espalhados pelas culturas e pelas gerações. Os clérigos que retiram poder desse modo, devem incorporar esses valores, ou a filosofia morre e ele perde seus poderes. Exemplos de filosofias: Um com a Natureza, a Santidade do Homem, o Niilismo.

"Vitamortiscareo!"
Em seguida, temos exemplos de Restrições para os clérigos. Eles podem usar quais tipos de armas e armaduras? Devem ter voto de celibato ou castidade? Quais vestimentas podem usar? As esferas de influência de sua divindade. Alguns deuses sombrios demandam até mesmo mutilações. Os clérigos de Gruumsh (deus dos orcs), retira um dos olhos para emular o castigo da divindade que cultuam. A Ficha de Fé resume todas as escolhas nesse quesito.



Não podia faltar os kits. Algumas escolhas estão presentes: Profeta, Clérigo renegado, Clérigo da Nobreza, Escolástico, Pacifista, entre outros, recursos para personalizar e individualizar ainda mais o seu personagem. Como de costume no Ad&d, não há equilíbrio algum entre eles (e nem deveria, certo?). Basta escolher aquele a qual se encaixa melhor no tipo de sacerdote que pretende interpretar. Não poderia deixar de citar a presença de um "proto-monge", no formato do kit Fighting-Monk. Como sabemos, o Monge como classe básica, aparecia no AD&D 1st edition e depois voltou no jogo-base da 3a edição. O Fighting Monk (juntamente com a classe que aparece no suplemento Scarlet Brotherhood para Greyhawk) representam as formas oficiais de jogar com um personagem Monge no AD&D 2a edição. Mais pra frente, farei um post específico sobre isso.

A parte final, traz informações de como proceder com um clérigo que ofenda os dogmas propostos, como fazer uma campanha apenas de clérigos numa espécie de Cruzada, o papel do clérigo como mártir, conselheiro e até o papel de Escolhido. Logo, é um livro riquíssimo que serve para QUALQUER RPG. Não só para qualquer versão do Dungeons & Dragons. Há pouca regra e as planilhas de criação de Fé e de Cosmologia são preenchidas apenas como informações e escolhas absolutas por parte do Mestre de Jogo.

Recomendo fortemente. Abraço a todos!  

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