Prepare sua carteira, cão! |
Recentemente a editora Mythos lançou aqui no Brasil, o primeiro
volume da coleção As Crônicas de Conan. Com acabamento de luxo,
papel lustroso e capa dura, a HQ pode ser encontrada na Amazon com um
preço mais camarada. A coleção já faz sucesso mundo afora, e sua
premissa é trazer a passagem do personagem na Marvel. Logo, esse
primeiro volume, compila os números 1 ao 8, lançados entre vários
obstáculos editoriais e contratuais (como detalhado no Apêndice da
obra).
Relação das edições presentes nesse primeiro volume. |
A edição, de fato, está linda. Apresentando as histórias
remasterizadas, recoloridas digitalmente pela Dark Horse. Muita gente
torceu o nariz pelo tratamento. Entendo. Mas me adaptei rapidamente.
As cores saturadas e limpas ainda trazem a nostalgia certa e combinam com a lendária arte de Barry Windsor-Smith, cujo evolução técnica
é percebida em cada edição. O livro também nos traz um lindo mapa
atualizado e completo da Era Hiboriana.
Entretanto, vamos para nosso assunto principal: as histórias. Todas,
com uma paradoxal mistura de simplicidade e grandiosidade, raro nas
narrativas do gênero nos dias de hoje. Muitas mídias tentam emular
o clima e o ritmo dessas histórias e falham vergonhosamente. Para os
fãs do movimento old school então, é uma obra essencial.
Ver Conan enfrentando demônios, sendo enganado por mulheres
voluptuosas, barganhando pagamentos por missões e interagindo com
ladinos, guerreiros e feiticeiros é incrível. Ver o crescimento e
desenvolvimento desse personagem em uma mídia com tanto apelo visual,
é impagável!
Gostei bastante do novo tratamento de cor. |
O livro termina com um dossiê escrito por Roy Thomas de como foi
todo o processo de selecionar um personagem para uma HQ “espada e
magia” para a Marvel. Haviam outros candidatos além de Conan,
inclusive a ideia de histórias na Terra-Média, mas a família de
Tolkien nem quis conversa. Nesse mesmo artigo, ele compartilha
curiosidades e experiências vividas nos anos escrevendo para o
personagem. Às vezes a partir do material original de Robert E.
Howard, às vezes, do zero.
Quando iniciei a leitura, tive muito medo, mas posso dizer
seguramente: é gratificante ver como essas histórias pulp
envelheceram bem, e quanto elas ainda tem a nos oferecer no quesito
inspiração. “A Torre do Elefante” é a apoteose definitiva de
todos os elementos que representam o movimento OSR tão debatido nos
grupos e fóruns de RPG. Ao que tudo indica o primeiro volume já é um
sucesso (está na lista dos mais vendidos da Amazon) e provavelmente,
a Mythos dará continuidade, passando por outras lindas fases do
cimério. Graças a Crom!
Boa leitura a todos!
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