O kit completo. |
Continuando nosso passeio nostálgico aqui no blog, hoje venho falar
da minha experiência com o Dragon Quest lançado pela TSR na gringa
em 1992 e pela Grow aqui no Brasil entre 1994 e 1995. A caixa que
possuo, é a versão gringa, cujo conjunto era formado por:
- 01 livro de regras
- 01 livro de aventuras prontas
- 01 conjunto de dados
- 01 kit de miniaturas de plástico
- 01 kit de miniaturas de chumbo da Ral Partha (apenas na caixa gringa)
- Dezenas de miniaturas de papelão
- 01 catálogo de miniaturas da Ral Partha (apenas na caixa gringa)
- 01 tabuleiro de masmorra
- Conjunto de cards (contendo armadilhas, magias, monstros, personagens prontos, equipamento, itens mágicos e alguns em branco para criação própria).
As miniaturas de papelão, ilustravam monstros e portas. |
Um produto chamativo de fato, que deveria proporcionar uma entrada
mais amigável para os interessados no jogo. Aliás, a TSR tentou
desesperadamente criar inúmeras formas de ingressar novos jogadores
com esse tipo de produto. É aí que acho que a caixa falha em
diversos pontos. Ela foi criada para competir com o Hero Quest da
Milton Bradley (aqui lançado pela Estrela), e infelizmente, em
questão de regras, Dragon Quest é uma verdadeira zona. A decisão
de dividir TODAS as informações em cartas é um baita tiro no pé.
Quer saber como funciona uma determinada magia? Procure a carta
referente a ela. Quer saber os dados de uma simples espada curta?
Essas informações não estão no livro e sim na carta da Espada
Curta. Deseja saber a ficha de um goblin? Vamos procurar a respectiva
carta, ora bolas! Tudo em malditas cartas! O livro de regras era
muito superficial em todas as suas informações. Além disso, no
Hero Quest, haviam mecânicas desenhadas tendo um boardgame em mente.
O Dragon Quest não tem nenhuma mecânica exclusiva, apenas
embaralharam algumas que já existiam em jogos anteriores e/ou
renomearam outras.
Cartas para magias, para itens mágicos, para equipamento, para monstros, para personagens, para armadilhas, etc! |
Para não apenas chutar cachorro morto aqui, o jogo era muito bonito.
Mas a TSR tinha o péssimo hábito de reciclar infinitamente seu
portfólio (que era muito bonito mesmo), mas e deixava seus artistas
passando fome, certo? Logo, as belas artes encontradas no jogo, são
aquelas que todos já tinham visto nos livros básicos, nos
suplementos, nas revistas, no Spellfire (que viria anos depois),
entre outros.
Lindas artes, nenhuma inédita! |
Ponto alto pela presença de 2 kits de miniaturas: 01 de plástico e o segundo, de chumbo, trazendo a representação exata das miniaturas de plástico. É bastante óbvio que foi uma estratégia para ingressar a galera no hobby de pintura. Tanto que trazia um catálogo de outros modelos e lançamentos.
As miniaturas de chumbo e de plástico. |
Assim como o First Quest, Hero Quest, Dungeon & Dragons da Grow,
tenho muito carinho e boas lembranças desse jogo. Não me entendam
mal. Apenas fiz uma análise mais fria usando o conhecimento que
tenho hoje em dia. Foram muitas tardes jogando o Dragon Quest e
olhando para as suas cartinhas. Malditas cartinhas! Lembro que improvisava TUDO no jogo, usando o material como matéria-prima para criar um jogo coerente. Resultado: Dragon
Quest foi um jogo indeciso, apresentando um boardgame incompleto e um RPG confuso.
Abraço a todos!
Joguei muito pouco mas realmente já vi muitas dessas ilustrações em outro produtos. Meus amigos que tinham.
ResponderExcluirA TSR desvalorizava muitos seus artistas e isso foi um dos fatores para o fracasso. Acredito que hoje existam recursos para desenhistas se protegerem dessas "picaretagens". Uma pena...
ExcluirHonestamente, eu ADORO! Fica difícil fazer qualquer crítica pois acho muito bacana. É simples, mas foi feito pra isso..
ResponderExcluirJoguei muito e não me desfaço dele. Tenho boas lembranças. Uma vez, durante as férias da família, joguei com crianças e foi sucesso. Obrigado por ler e comentar.
ExcluirUm amigo nos deu as miniaturas de plástico e um outro pintou pra gente, usei a do clérigo pra fazer um clérigo humano nanico anos depois :D . Desses três, eu tive o livro de regras da black box da Grow e o First Quest da Abril, ajudou pacas até a gente conseguir os 3 básicos de 2e, mas teve suas consequências, como uma proliferação de Silverleafs e Netherils pelos nossos cenários e a abundância de espadas especiais (se bem que vi a tabela de itens mágicos de 1e e isso suavizou nosso "pecado" ...kkk).
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