quarta-feira, 29 de junho de 2016

Resenha: Sailors on the Starless Sea

Tempos atrás, testei a aventura Sailors on the Starless Sea (algo como Navegantes no Mar Sem Estrelas), um módulo oficial para o Dungeon Crawl Classics voltado para o funil de personagens, mas que funciona para um grupo de nível 1 também. Confira a trama resumida sem spoilers:

Moradores de um vilarejo relatam vários raptos noturnos e associam esses eventos nefastos à um forte abandonado nas proximidades, ao qual voltou ter atividade. Conforme os aventureiros adentram e exploram o local, vão obtendo informações sobre a história da cidadela, de quem a construiu e a ameaça que ainda existe em seu interior, sempre na esperança de resgatarem os aldeões desaparecidos.

Como esperado, é uma aventura com vários méritos:

A marcante arte de Doug Kovacs: folhear material da Goodman Games é sempre uma experiência única, é como estar diante do seu primeiro RPG. As capas são sempre evocativas e é visível o cuidado na identidade e no layout do produto que remete pura nostalgia.

O grupo frente ao forte arruinado.
Clichês bem feitos: muitos fãs do DCC dizem que as aventuras do Dungeon Crawl Classics fogem dos clichês. Não concordo, pois esse módulo é repleto deles. Como no cinema e outras mídias, clichês existem por uma razão. O problema geralmente é que eles são usados sem identidade ou inovação, às vezes, gratuitamente. Felizmente aqui, os elementos são muito bem trabalhados. As armadilhas, os homens-fera, os boatos de um dragão adormecido, os vitrais encontrados nas paredes, enriquecem a experiência do que seria apenas “mais um dungeon crawling”.

Investigando a fundo!
Altamente letal: como todo funil, cada jogador possui geralmente 3 personagens de nível 0, e é normal nessa mecânica, aprender com os próprios erros (e com os erros do amigo ao lado) gradualmente. O mesmo processo não acontece muito bem quando se tem um único personagem de nível 1. Logo, esteja avisado: existem armadilhas, perigos e desafios mortais nesse forte aparentemente abandonado.

Tentando decifrar os vitrais
Parece “Sessão da tarde”: ruínas abandonadas, monstros com cara de animais, rituais profanos e maldições são os componentes básicos de um filme de aventura/fantasia dos anos 80 e esse módulo entrega isso de bandeja para o seu grupo. E por não ser uma aventura muito detalhada nem com mapas grandes, pode ser finalizada em uma one-shot de 3 a 4 horas tranquilamente.

Por fim, é uma ótima aventura para apresentar o DCC ao seu grupo, ou levar em eventos. Contém uma estrutura simples, mas que é capaz de gerar cenas memoráveis, que ficarão na lembrança de todos que adentraram aquele forte e navegaram naquele mar sem estrelas. E esse não é o motivo ao qual jogamos RPG?


 Abraço e bons jogos a todos!

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