Uma das artes mais lindas da TSR! |
Meu gênero favorito de jogo é a fantasia medieval
heróica. Sempre reflito sobre os motivos dessa minha fascinação e por mais que
eu explore cenários com naves espaciais e armas a laser, mundos de horrores
cósmicos, cenários de extrapolação tecnológica ou super-heróis voando pela
cidade, sempre volto para esse lugar ao qual me sinto mais à vontade. Ora, quais
são os pontos que consciente ou inconscientemente pesam em minha mente?
Foi o meu
primeiro contato com o RPG: não sei se pesa em gostar tanto do gênero simplesmente por ter iniciado
com o D&D (caixa da Grow). Até porque, meses depois, tive contato
com outros jogos, como Shadowrun e Lobisomem: O Apocalipse. Mas eu sou um cara
bastante nostálgico e acredito sim que me afeta em um nível inconsciente. Definitivamente!
A arte
evocativa:
a imagem que ilustra esse post se chama The
Flying Citadel e foi desenhada por Keith Parkison, um dos integrantes do “time
de ouro” da TSR. Essa ilustração teve muito impacto na minha infância. Eu a vi
num anúncio de SpellFire da Abril Jovem em um gibi do Superman e explodiu minha
cabeça. Nada catapulta minha imaginação como uma arte desse gênero. Lembro que
evoquei perguntas como: “Quem comanda aquela cidade voadora?”, “Aqueles bravos
homens estão fugindo da cidadela?”, “Será que foram até lá resgatar um nobre ou
uma princesa?” "Talvez recuperaram um cetro mágico..." e por último: ”uau! A cidadela é protegida por dragões ou os dragões estão ajudando os aventureiros?”. Esse tipo de arrebatamento que me
causa, é impagável.
Síndrome de
Robert E. Howard: lendo os Apêndices de Conan: o Cimério, percebi que tenho o mesmo
fascínio de Robert por essa “era perdida”. É um cenário que emula o ser humano
em seu estado natural: o de um sobrevivente e lutador. A civilização nos deixa
acomodados e preguiçosos. O gênero de fantasia medieval nos convoca naturalmente para lutar
por justiça, pela glória, pela honra, por fama, por tesouros esquecidos, por
jornadas de auto-conhecimento e desafios. Ora, o gênero é capaz de transformar
a simples busca por água, em algo grandioso! (alguém mencionou Dark Sun?).
O limiar
entre o bem e o mal: claro que você pode trabalhar tons de cinza em sua mesa, mas é muito
fácil traçar o maniqueísmo inerente do gênero. Principalmente para iniciantes
no hobby: o mal é escuro, o bem é claro. O mal é feio, o bem é bonito. Isso é
um clichê que funciona por esse motivo. Traçar esse limiar em jogos como Call
of Cthulhu (onde a insanidade é uma certeza), Vampiro ou Trevas é intencionalmente,
mais complicado.
Os quatro itens acima são reflexões pessoais, pode
ser que você se sinta mais à vontade narrando e/ou jogando horror ou ficção científica
por ter uma bagagem maior nesses gêneros. Fique à vontade e comparilhe. Bons
jogos a todos!
olá, ranieri!
ResponderExcluirDe fato, a fantasia medieval acho que também tem, para mim, esse apelo a algo mais primitivo tanto em nossa história quanto dentro de nós.
Mas acho que outro fator colabora: por ser o território mais confortável para mim e muitos no meio do RPG, ele permite algumas coisas interessantes. Como foi mais trabalhado e ampliado, é um gênero que hoje possui mais "tropes", e quando você conhece bem o gênero, as regras e os modelos usuais, pode começar a distorcer isso, experimentar. Geralmente (mas nem sempre), quando vou jogar algo diferente o jogo acaba ficando mais no esperado até pela necessidade de estabelecer um solo comum entre todos os jogadores, já que nem todos podem ter a mesma bagagem com o novo gênero.
Isso pode mudar, claro, um exemplo é Star Wars. O universo da série foi tão expandido pelos fãs que hoje é possível uma série de aventuras muito diferentes naquele universo.
abraço
Muito bem apontado Pedro. É inegável a quantidade de material multimídia que existe para ser trabalhado e retrabalhado por Mestre e jogadores dentro da fantasia medieval. Muito obrigado por ler e enriquecer o post. Abraço.
ExcluirCavaleiros x Dragões, Ordem x Caos, Bem x Mal. Quem não gosta?
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