O preço desse livro hoje em dia, exige um teste de Medo! |
O livro tem uma diagramação caprichada. |
O primeiro
produto da linha ao qual coloquei a mão, na verdade, não foi um livro, e sim, o
jogo para MS-DOS Strahd´s Possession, ao qual demandava um kit multimídia para
jogar! O jogo fez sucesso na época e joguei muito com meus amigos. Até hoje
posso recomendar esse jogo: criação de personagem completa (na
forma de uma consulta com uma vistani), muito equipamento, NPCs que entram no
seu grupo, diálogos interessantes que fomentam a trama, e o melhor: o domínio
da Barovia para ser explorado e investigado por você.
A maioria
só reclama da Devir, mas ela pegou a linha do Ad&d que estava abandonada
pela Abril e escutou as reclamações dos fãs do RPG: de que Ad&d (tirando
Forgotten Realms e Mystara que a Abril havia lançado alguns anos atrás) não
tinha nenhum dos cenários diferenciados traduzidos. A galera, mesmo naquela
época, já queria experimentar as desconstruções do gênero fantástico. Assim, em
1999, a Devir lança (junto com uma reimpressão com erratas do Livro do Jogador), Ravenloft, Domínios do Medo, um livro completo que fazia um
apanhado das caixas e do lore até
então estabelecido no cenário.
Cada domínio é um pequeno inferno! |
Domínios do
Medo é um livro enorme e completo de fato: é impossível folheá-lo e não ficar
inspirado para criar histórias com a devida proposta. Um belo e raro equilíbrio
entre fluff e crunch, o livro trazia descrição rica das terras assombradas, dos
lordes sombrios, das sociedades secretas, dicas de como estabelecer uma genuína
atmosfera gótica e ainda quatro novas classes de personagem (o vingador, o anacoreta,
o cigano e o arcanista), uma nova raça (o meio-vistani), novas magias, as regras
para resistir ao Medo, Horror e Loucura, e por fim, a cereja do bolo: regras
para os Testes de Poder, que eram realizados quando o jogador extrapolava a sua
própria humanidade realizando atos tão cruéis que chamavam a atenção dos Lordes
Sombrios e até do próprio semi-plano, o que garantia deformações e habilidades
especiais aos personagens!
Assim que
coloquei a mão nessa belezinha, transportei meus jogadores pelas Brumas para o semi-plano do
terror e como meu cronograma permitia na época (traduzindo: não fazia porra nenhuma da vida!), passei o horário do jogo para à noite. Nunca me esquecerei das
conspirações com Lorde Soth e Strahd, ajudando as caravanas vistani em troca de
favores para passar de um domínio para o outro, de navegar pelo Mar das
Lágrimas e encontrar capitães amaldiçoados e ilhas assombradas e no final, morrer
facilmente para Vecna!
Hoje o
livro é raríssimo e poucos de desfazem dele. Na verdade, se não fosse pela ausência
das listas de magias, daria pra jogar Ad&d só com esse livro! Ele tem as tabelas de resistência,
de combate, as classes, as raças, tudo personalizado para Ravenloft. O livro
possui tanta informação e ferramentas que é possível usá-lo para jogar com o
Dungeon Crawl Classics, Dungeon World, D&D 5ª edição, como diziam nos anos 90: "sua imaginação é o
limite".
Bons jogos para todos e boas recordações!
foi o primeiro livro que comprei de RPG, já tinha jogado e queria algo pra mim, mas não fazia ideia do que era um livro de cenário de campanha pros livros básicos, comprei e fiquei meses com ele sem saber como usar, inventando meios. Tenho até hoje.
ResponderExcluirNossa, o primeiro? Pode ter sido confuso mesmo, pois era a desconstrução de muita coisa. Até menciono no post que dá pra jogar Ad&d com ele, mas exige bastante experiência por parte do mestre. Que bom que tem até hoje: é um material raro e bem escrito. Obrigado por ler e comentar aqui. Abraço.
ExcluirOlá Pedro, tem interesse em vende-lo?
ExcluirGostei muito do post. Mas o que acha do Ravenloft para o D&D 3.0? Devido a raridade de adquirir o Ravenloft apresentado nessa matéria eu tive que me contentar com a versão feita para o D&D 3.0, pois é mais recente e muito mais fácil de se adquirir.
ResponderExcluirOpa, que bom que gostou! Eu tenho e já usei bastante o Ravenloft + Nativos das Trevas para 3.0/3.5. Eu gosto daqueles livro de fato, mas tenho problemas com a estruturação em formato de série que optaram: um livro com o básico, outro com as criaturas, outro com os lordes sombrios. Acaba que cada livro passa uma experiência válida, porém, incompleta. Mas foi sim, uma grata surpresa o Ravenloft ter recebido seu tratamento para D20 na época que a licença aberta dominava. Abraço e obrigado por ler e participar.
ExcluirPo muito bom esse artigo, o difícil é encontrar esse livro... Estou aguardando um artigo sobre Undermountain.
ResponderExcluirOpa, valeu Edison. Undermoutain será o próximo nostalgia! Pode deixar. Obrigado por acompanhar o blog e comentar sempre que possível. Abraço!
ExcluirLembro de jogar Strahd's Possession contigo, único contato que tive com Ravenloft até hoje.
ResponderExcluirMas sempre me pareceu um cenário interessante.
Pode crer, ele era muito bem feito pra época. A gente virava a noite jogando e explorando o cenário e juntando coragem pra entrar no castelo do Strahd! hahaha... Tempo bom! Abraço!
ExcluirO meu primeiro contato já foi por Stone Prophet, que se passava no domínio de Harakir. Um amigo comprou num feira por 10 reais e me deu, foi muito inusitado. Dava pra importar os personagens de Curse of Strahd. Como meu Livro do Jogador veio com defeito, usava o manual de Stone Prophet e do Baldur's Gate para as magias de primeiro e segundo nível de mago.
ResponderExcluirRavenloft foi um cenário que sempre quis mestrar, tinha uma aventura com várias ramificações tentando prever o que os jogadores fariam, mas as vezes que tentamos jogar não passaram da primeira sessão, com algum personagem se corrompendo (pela única trilha que o Domínios do Medo disponibilizava, a do lobo).
Uma pena que esse livro não fez uso das cartas de Tarokka para expandir as formas de se gerar aventuras.
Havia alguns erros na versão nacional: a imagem do Adam era repetida em outro dark lord e as molduras das imagens acabaram ficando rosadas pela impressão.
Ravenloft para mim acabou sendo um cenário que dá saudade das aventuras não jogadas.
Nunca joguei o Stone Prophet, mas já vi gameplays dele. Não sabia que dava pra importar os personagens! Bem inovador pra época. E sim, sempre quis usar as cartas de Tarokka, mas nunca consegui. Talvez eu compre essa nova releitura de Ravenloft + deck pra testar na 5a edição. Verdade, lembrei que havia a repetição de uma das artes e as molduras rosadas eram toscas mesmo...kkkk.
ResponderExcluirAbraço e obrigado por ler e comentar.
Nessa semana comprei meu livro básico. Já possuo os dois que saíram para o D&D 3.0, mas queria muito a edição AD&D da Devir. Está em ótimo estado parece novo, nem deve ter sido usado. e paguei R$150,00 no Mercado Livre mais R$30,00 de frete. Valeu a pena!!
ResponderExcluirQue ótimo Sandro! Esse livro é incrível, com certeza vale o preço que pagou. Ainda mais novinho como mencionou. Agora é assistir uns filmes da Hammer, se inspirar e montar uma campanha para o seu grupo! Grande abraço!
ExcluirComprei esse livro na OLX faz uns 3 anos, e este ano acrescentei à coleção o Livro do Jogador e o Livro do Mestre, ambos de AD&D! O Domínios do Medo é muito completo, e concordo com voc~e de que para ficar perfeito, poderia ter a lista de magias arcanas e divinas.
ResponderExcluirEsse livro é incrível de fato. Top 5 na minha coleção.
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