segunda-feira, 22 de maio de 2017

Resenha: Dicas de Mestre Vol. 01 e 02

Esses livros já me acompanharam em muitas viagens!
    
     Esse artigo seria mais um da série Momento Nostalgia, mas como a Dragão Brasil está novamente na ativa, resolvi abordar como uma mera resenha, mesmo que seja impossível deixar de lado o tom nostálgico atribuído aos momentos em que tive contato com o material resenhado. Mas como iniciar esse texto? 
Com nostalgia, claro!

    Todo mês a moça da banca me chamava assim que descia do ônibus escolar. “A Dragão chegou, Ranieri! A Dragão chegou!” – ela acenava com um sorriso e peço a Deus que ninguém a cunhara de louca. Pagava os 4 reais e começava a devorar a revista. Ansioso, entretanto, para chegar na minha seção favorita: a Dicas de Mestre. E pelo jeito, não estava sozinho.

    Em outubro de 2002, Marcelo Cassaro publica o Dicas de Mestre, um compilado de artigos próprios redigidos ao decorrer dos anos, nas páginas da querida Dragão Brasil, ainda sob o selo da Trama Editorial. Se aquela era a parte favorita dos fãs, nada mais natural de ter um livro compilando as dicas de maior apelo e sucesso entre os leitores. O livrinho fez sucesso, tanto que em 2004, o autor lança o 2o volume, dessa vez com os artigos de outros autores, como Rogério Saladino, Trevisan e outros colaboradores. E agora, já sob o selo da Talismã. A título de curiosidade, cada livro teve tiragem de 10.000 exemplares. 

     A saber, esses livros influenciaram muito, minha escrita informal. O tipo de humor, as referencias à cultura pop, a estruturação do tema. É interessante olhar para trás e ver as coisas que de fato, nos influenciaram positivamente. Além disso, em um tempo de informação escassa e pouca chance de contato com RPGs importados, as matérias usavam exemplos de suplementos até então obscuros, falavam sobre o RPG oficial de Star Wars, citavam a caixa Dragonlance 5th Age, material esse, citado com teor quase mítico. Isso era incrível! Foram anos lendo e relendo aqueles “macetes dos veteranos”: sobre como apresentar o hobby à novatos, como lidar com a morte de um personagem, com um jogador ausente, como adaptar seu filme favorito, entre muitos outros.

     Até hoje tenho carinho por esses dois volumes. E acredito também não estar sozinho nisso: vejo pouca gente se desfazendo deles. Me desfiz da coleção da Dragão Brasil anos atrás, mas não me desfaço desses compilados. E sei por quê: a Dicas de Mestre era uma parte da revista que se desvencilhava de regras. Era aproveitada se você era um jogador de Ad&d, de Tagmar, de 3D&T, de GURPS, ou qualquer outro. Era o momento em que os jogadores de fato, se uniam. No final, a seção trazia a lição que mais importava: celebrar e refletir sobre RPG.    


Abraço a todos!

6 comentários:

  1. Dicas de Mestre era (e continua sendo, na real) a melhor parte da Dragão Brasil. Tiro inspirações e resolvo dúvidas com esses textos até hoje.
    E sobre a DB ter inspirado o jeito como você escreve, acho que isso é inevitável para gente da nossa faixa etária. A gente leu essa revista durante um período em que meio que estávamos "aprendendo" a escrever textos maiores e mais elaborados mesmo.

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  2. Cara...dicas de mestre era/é show. Deu muito suporte pra minhas aventuras e jeito de mestrar.
    Ranieri, tu deveria fazer uma seção com dicas aqui... sérião.
    Grande Abraço.

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