sábado, 27 de maio de 2017

Trabalhando com o micro-cosmo



Esse reino já viu muitas aventuras (e desventuras também). 


           Alguns Mestres (iniciantes principalmente), quando sentam para elaborar seus jogos, gostam de pensar em longo prazo, estruturar logo de início, sua trama para se desenrolar em algo grandioso. Com a melhor das intenções, está empolgado para mostrar aquele mundo onde a campanha ocorrerá, seja uma ambientação própria ou já famosa.

Entretanto, há de fato, beleza na simplicidade. Basta estruturar no início de sua campanha, um micro-cosmo. Antes de desdobrar aquele lindo mapa-múndi dividido em quatro partes na frente dos jogadores, considere algo menor, uma localidade mais específica de onde ocorrerão as primeiras interações entre os jogadores e o seu mundo proposto.

A ilustração no topo desse artigo, é um exemplo pratico disso. Data dos meus 8 anos de idade, minha primeira campanha de D&D (ainda com a caixa da GROW), mas que depois recebeu suporte completo do Rules Cyclopedia. Nota-se apenas um reino. Uma vila para servir de “base de operações” dos aventureiros (templo, ferreiro, uma loja, uma taverna, etc) e suas adjacências para ser exploradas, para atiçar a curiosidade dos jogadores.

Esse mapa parcial de Toril pode intimidar.
     A saber, o ótimo módulo da Redbox "O Forte das Terras Marginais" (escrito pelo Rafael Beltrame, inspirado no clássico módulo da TSR), é um belo exemplo de micro-cosmo bem estruturado. O segredo, é que um micro-cosmo bem feito, é bastante vivo e natural. Os NPCs e os detalhes da ambientação são tão ricos que os jogadores se sentem parte do local. Apresentando muitas vezes, resistência para sair desse ambiente ao qual estão à vontade: “me arriscar em outro lugar com NPCs que não conheço?” ou “o ouro que acumulei não é aceito no reino vizinho, ficarei aqui mesmo”, ou “cruzar as Montanhas Congeladas repleta de perigos e trolls das neves. Obrigado, ficarei aqui mesmo.” Não que o micro-cosmo não apresente perigo, mas os personagens por conhecerem o local, locais a serem evitados, onde procurar ajuda, tendem a ter a ilusão de segurança. Isso é verossimilhança e enriquece seu jogo.

     No final será recompensador ver os jogadores decorarem de maneira natural o nome das locações, do capitão da guarda, do nome do prefeito e da sua esposa, do sacerdote que administra sozinho o mosteiro na montanha, o eremita sábio que reside na mata próxima. Claro que há graça em confrontar o desconhecido e cruzar fronteiras não-mapeadas, mas isso é assunto para outro post.

Abraço a todos e bons jogos.

8 comentários:

  1. Eu sou completamente partidario do Micro cosmos!
    Vejo no grupo de whats do OD, muita gente preocupada em fazer o reino todo, com seus deuses, historia antiga, e coisas e tal. Mas sempre aconselho a começar pequeno, com uma vila e seus arredores. a partir dai, sigam adiante :D

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    1. Exatamente! A expansão de mundo acontece in game e de maneira mais natural. Abraço.

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  2. Concordo plenamente. Adoro mini cenários/micro cosmos.

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  3. Caraca vc mestrava com 8 anos e fez aquele mapinha maneiro? Sensacional rs

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    1. Sim, gastava horas a fio desenhando e pintando. Pensando em como dar vida a cada cantinho do mapa. Por isso, será sempre meu hobby favorito! Abraço.

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