sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Como é o meu jogo old school?


O movimento OSR (Old School Renaissance) ganhou força em 2013, gerando muitas discussões produtivas nos fóruns gringos e nacionais. Ora, se o objetivo é recriar uma experiência pregressa que você teve em seus primeiros contatos com o RPG, debater o movimento torna-se algo extremamente pessoal e digno de reflexão. No final, o que faz um jogo ter essa cara pra mim, pode não ser pra você, entretanto, gostaria de pontuar 5 tópicos que utilizo em minha mesa quando desejo recriar algo próximo dessa experiência:

Mapas: sou daqueles que compra um livro de fantasia ou um cenário de RPG e corro logo para o registro geográfico daquele mundo. Mapas ajudam a situar seu jogo, mostrar a dimensão das coisas além de ajudar na imersão do grupo. Uau! De repente, viajar do ponto A ao ponto B parece ser perigoso e exaustivo. Os jogadores olhando para um mapa, sempre buscam rotas alternativas ou locações de interesse, que podem servir como ganchos para futuras histórias. E mais: um mapa aberto fomenta o sand-box, estilo de jogo mundo-aberto, ao qual o grupo tem mais liberdade para conhecer o mundo que habitam.

Miniaturas: como já contei aqui no blog, eu iniciei no RPG com a caixa do D&D da Grow, que vinha com representações de papel dos heróis, dos monstros, dos “figurantes” e até das portas da lendária Masmorra de Zanzer. Logo, gosto de miniaturas em meus jogos. Mesmo que não seja para ter um lado tático pesado de regras, servem para ilustrar ordem de marcha ou posicionamento em um cômodo. Pintá-las é um hobby à parte (ao qual não sou muito bom, confesso), mas elas sempre me garantem uma experiência nostálgica, principalmente as confeccionadas em liga metálica.

O Desconhecido: um fator importante para o tratamento old school é a sensação do desconhecido: o impacto da novidade + o processo da descoberta. Seja explorando uma locação exótica, seja enfrentando uma criatura ao qual os jogadores nunca avistaram. É natural que anos de jogo, todos já conheçam a geografia de Forgotten Realms, por exemplo, ou tenham decorado o Livro dos Monstros. O segredo é surpreendê-los, até mesmo brincando com as expectativas.

Itens mágicos: em minha primeira campanha de D&D 1a edição, lembro que só havia um item mágico: A Espada Excalibur. Os jogadores até revesavam no uso da espada encantada, pois os itens mágicos e artefatos eram extremamente raros. Logo, itens maravilhosos escassos geralmente garantem uma sensação de recompensa e exploração mais eficiente.

Respeitar o estilo dos jogadores: alguns jogadores gostam de brilhar interpretando ou explorando o mundo, para outros, o ponto alto é quando se inicia um combate. Deixe espaço para todos, entenda o perfil de seus jogadores e crie situações onde eles possa se destacar e fazer a diferença na aventura. Essas cenas serão lembradas para sempre!

Nem de longe, são as únicas ferramentas para recriar esse climão old school. O que vocês usam em suas mesas? Abraço a todos e bons jogos.

4 comentários:

  1. Estou voltando a jogar agora, pulando a quarta edição de D&D e indo direto pra quinta, e é bem o que falou. Miniaturas, mapas, algum estilo de narrativa. Tudo isso contribui para o climão Old School.

    Por ter simplificado algumas regras eu acho que a quinta edição de D&D está com esse climão.

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    1. Sim, adorei a 5a edição. O sistema de perícias está bem enxuto e o fato dos talentos serem opcionais, permite maior liberdade para o tipo de jogo que o Mestre deseja em sua mesa. Além disso, o guia do Mestre tem muitas ferramentas para personalizar o jogo. Obrigado por ler e comentar aqui. Abraço.

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  2. Pra mim:
    Embrace Randomness, embrace weird, embrace the unknown, encontros não necessariamente equilibrados, player skill > character skill, gerenciamento de recursos, etc.

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    1. Opa, ótimos elementos mesmo. O player skill mais relevante que o character skill, sempre usei: enigmas, handouts com pistas, etc. O fator aleatório usava mais nos encontros por região (pântano, deserto, floresta, etc). O fator de estranheza fui me preocupar só recentemente, até porque antigamente tudo era novidade, logo, tudo tinha esse teor wierd naturalmente. Obrigado por ler e comentar Balbi. Abraço.

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