Se em 1994 eu havia sido totalmente fisgado pelo D&D da Grow, no
ano seguinte, saia pelas mãos da Abril Jovem, a Coleção Grandes
Manuais, que consistia no Livro do Jogador, o Livro do Mestre e o
Livro dos Monstros, a trilogia que trazia a 2a edição revisada dos
gringos. A primeira vez que botei as mãos nos Livros do Jogador e do
Mestre, foi numa pequena livraria do bairro, que se sustentava
vendendo livros didáticos e paradidáticos para as escolas de minha
pequena cidade. Lembro até mesmo qual foi a primeira página que
abri do Livro do Jogador: a enorme lista de equipamentos disponíveis
para os aventureiros. Toda tarde, vindo da escola, folheava aqueles
dois livros, tentando absorver o máximo de informações, aquelas
páginas totalmente em cores, repletas de gravuras e tentava entender
como aquele jogo se diferenciava do D&D da Grow. Eram muitos
detalhes, muitas regras para o menino de 9 anos, mas havia encontrado
o meu RPG preferido!
Um bom aventureiro tinha que estar preparado pra tudo! |
Naquelas férias, meus pais me deram o Livro do Jogador, mas foi só
em 1997, durante a Bienal do Livro, que pude obter os dois outros.
Eram livros de R$ 50 reais cada um, muita grana naquela época.
Voltei daquela bienal louco pelo Livro dos Monstros, do detalhamento
com cunho enciclopédico de cada criatura: seus hábitos, sociedade,
tesouros, cultura, etc. Até hoje, me divirto folheando aquele
manual! Trancado em meu quarto, criava mapas e povoava aqueles meus
reinos. Eu me empolgava
mesmo! Confesso entretanto, que eu usava o Livro do Mestre apenas por
seu catálogo de tesouros e itens mágicos. Ele não tinha muitas
ideias e inspirações, trazia algumas ferramentas confusas para
criar raças e classes, lidar com personagens muito fracos (ou muito
fortes), lidar com movimentação, algumas informações rasas sobre
outros planos de existência (principalmente os canonizados por
Planescape).
As artes emanam Sessão da Tarde! |
A arte: pinturas à óleo, lápis de cor, giz de cera, tinta
guache. Técnicas datadas sim, mas que dão o tom certo do tipo de
história que quero em minha mesa. Muitos desenhos são
reinterpretações de desenhos consagrados das edições antigas da
TSR, outras, originais. Uma equipe talentosa assinava a arte dos três
livros: Elmore, Easley, DiTerlizzi, como se dizia nos anos 90, “só
fera”!
A nostalgia: esse jogo marcou uma fase incrível da minha vida
pois é a transição da minha maturidade como adolescente e como
jogador. Passei muito tempo estudando aqueles manuais, impossível
não se apegar. Além disso, fiz grandes amigos jogando Ad&d, uma
galera que mantenho contato até hoje.
Os cenários oficiais: se os dois itens acima são gostos
pessoais, é inegável a importância dos cenários que nasceram e/ou
amadureceram nessa época do Ad&d. Mystara fora finalmente
compilado, Forgotten Realms fora revisado, Spelljammer, Dark Sun,
Planescape (meu predileto entre os cenários oficiais), Dragonlance,
Birthright, Ravenloft. De fato, muita coisa boa.
Por fim, é inegável que o Ad&d fez história. No Brasil, a
Abril fez um trabalho com muitos erros de tradução, lembro que
algumas cópias vinham com erratas inteiras para serem coladas nos
livros! Em 1999 a Devir pegou os direitos, relançou o Livro do
Jogador com as erratas aplicadas e lançou até o Livro do Guerreiro,
mas já era tarde. A 3a edição do jogo já vinha no horizonte. Mas
pelo menos, tivemos a chance de vislumbrar os tempos de glória desse
jogo ao qual tenho enorme carinho. É meu RPG favorito, mas não
indico a ninguém (hahaha).
Bons jogos a todos.
"É meu RPG favorito, mas não indico a ninguém (hahaha)."
ResponderExcluirEntendo muito bem esse sentimento, eheheh
kkkkk, só tendo vivido na época dele mesmo pra entender não é?. Obrigado por ler e comentar Rafael.
ExcluirEu não vejo problemas em indicar. É o melhor mesmo!rs
ResponderExcluirEu sei, mas confesso que dá uma dor de cabeça explicar pra uma geração mais nova, acostumado com jogos reformulados e tal. Mas de todo o meu círculo de amigos, é o favaritos deles também. Grato por ler e comentar aqui, Diogo. Abraço.
ExcluirÉ o meu favorito, tenho muitos livros de AD&D, recomendo ainda a muita gente que está começando no RPG e quer entender o que é e como funciona, a antiga equipe da TSR sabia realmente como explicar um jogo.
ResponderExcluirValeu por comentar Adeyvison. Às vezes, durante umas viagens, levo o First Quest para ensinar as crianças nas colônias de férias e consigo fazer o jogo funcionar de fato. Sempre faz sucesso. Abração.
ExcluirO AD&D é muito mais convidativo ao aspecto de interpretação que as versões posteriores.
ExcluirUma sugestão, faça mais posts sobre os RPGs da TSR.
ResponderExcluirPode deixar, tenho muitos suplementos ainda pra resenhar. O blog está apenas começando. Obrigado pela força.
ExcluirAdoro esse tipo de arte também.
ResponderExcluirHoje vejo essas pinturas digitais e 3D e tenho dor de cabeça...kkkk. Sou fruto dos anos 80 mesmo. Abraço e obrigado por comentar.
ExcluirCara, tens a errata do livro do jogador? Estou procurando pelo google e nada de encontrar... Valeu
ResponderExcluirBoa tarde. Nesse meu blog focado em AD&D tem: http://atorreretorcida.blogspot.com.br/p/downloads.html
ExcluirÉ a nossa edição avançada.
ResponderExcluirEu uso a caixa preta até o nível 5. Se alguém acaba ficando e querendo mais, sobe pra minha campanha com essa daí+undermountain.