quarta-feira, 17 de agosto de 2016

E agora? O que eu jogo?


Você olha para sua estante empenada pelo peso dos livros. Alguns pegam poeira, outros não saem da sua mochila. Na fileira de trás, ficam os livros que infelizmente nunca viram mesa. Estão lá: quase esquecidos. Comprados anos atrás na empolgação pelas novidades mecânicas ou temáticas.. Ainda estão lá: quase abandonados.

Vivemos tempos onde é possível exportar jogos, financiar jogos (gringos ou nacionais), baixá-los (seja de maneira legal ou não), e quando percebemos, estamos com um leque de opções, com uma bela e vasta coleção de RPGs. No final, quais são os critérios usados para adotar esse ou aquele sistema? Nesse mar de opções, qual navegar? Geralmente eu começo a responder essa questão com outra pergunta: “Que tipo de experiência você quer em sua mesa?”. Abaixo, seguem apenas alguns conceitos que podem pesar tal decisão:

Novidade: alguns sistemas apresentam (ou prometem) novidades incríveis, sejam inovações mecânicas ou mesmo na abordagem de seu tema. Geralmente os jogadores (mais precisamente você, que investiu dinheiro e tempo no livro), desejam experimentar na prática tudo o que é apresentado no material. Por fim, o simples apelo pela novidade é um ingrediente que é capaz de renova sua mesa de jogo. Fique atento nisso: seu grupo pode estar saturado de Dungeons & Dragons, mas as inovações mecânicas trazidas pelo Dungeon World, por exemplo, talvez possam renovar a empolgação da galera.

Proposta: a temática tem grande peso. Um leigo pode olhar para os livros da fotografia acima e ver apenas jogos de fantasia medieval. Um conhecedor, sabe da distinção temática e mecânica entre eles. Até na arte, o AD&D 2a edição e o D&D 5a edição se distinguem em proposta. Enquanto a antiga oferece pinturas de aquarela, pinturas à óleo e artes que apresentam situações e design mais “europeu”, a 5a, nos traz uma arte mais vibrante, com pintura digital e até mesmo com certos vícios de sucessos recentes. Meu grupo estava numa vibe de ler Robert E. Howard e Lovecraft, por isso Dungeon Crawl Classics, “caiu como uma luva”. Logo, qual temática vai agradar você e a seu grupo?

Mecânica: alguns jogos apresentam mecânicas enxutas, como o Old Dragon e o DCC (sei que esse último é um livrão intimidador, mas acredite: as regras são enxutas!), outros, apresentam uma mecânica mais pesada, com a presença de talentos a serem estudados e selecionados com cuidado, possibilidade de combinar classes, pontos para distribuir, etc. Isso obviamente está diretamente ligado à gostos pessoais. Simples assim.

Idioma: alguns Mestres descartam jogos em inglês por um motivo óbvio: seus jogadores não tem a mesma facilidade que ele com o idioma do jogo e acabam se sentindo intimidados com 400 páginas por exemplo, eu outro idioma. Já tive grupo assim e minha solução foi criar uma planilha de personagem em português e dizer: “atenham-se à ficha, o resto eu me preocupo”. Claro que os jogadores não terão uma experiência completa do jogo logo de cara, mas com o tempo, eles aprenderão naturalmente os termos utilizados. Já tive boas experiências com essa abordagem.

Acesso: além do idioma, o preço é um agravante que pesa nessa escolha. Alguns livros são verdadeiros investimentos, pois você terá ele em mãos apenas com os devidos custos de importação e entrega. Com o dólar alto, pensa-se duas vezes. Claro, que existem as opções do livro digital, mas entenda que eu sou um grognard chato que precisa estar com uma cópia física em mãos.


 Claro que existem outros fatores que vão explicar porque tal jogo está na sua mesa, e o outro está pegando poeira na estante. Deseja compartilhar alguma experiência? Abraço a todos e bons jogos.

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