Enigmáticos e poderosos, os elfos tem dominado o escopo da fantasia há anos. Apesar de suas civilizações e habilidades terem sido sempre um mistério para as outras raças, a sua forte influência é inegável. Cidades abandonadas, tecnologias perdidas, conhecimento perdido e muito mais, constituem as histórias secretas desse povo. Mas agora, esse véu se parte. Com o Complete Book of Elves, muito é desvendado. Esse livro vermelho, foi lançado em 1992 e escrito por Colin McComb (famoso por toda a sua contribuição na linha Planescape) e nos mostra que assim como dois humanos nunca são iguais, assim também com os elfos. Oferecendo toneladas de informação para personalizar ainda mais seu personagem élfico.
O capitulo 1 é todo voltado aos mitos de criação dessa raça e narra o momento em que Gruumsh vê a gênese dos Seldarine (o nome primordial dos elfos) e sente o sangue ferver. Pela primeira vez, o desejo por sangue brota nos deuses e dessa contenda, os deuses de dividiram. Moradin o Forjador de Almas e Garl Glittergold se aliaram a Corellon Larethian, o líder dos seldarine. A Guerra dos Deuses havia começado. O dia virou noite, e o poder de Gruumsh aumentou. Tudo parecia perdido. Entretando, com a noite, veio a lua, que chorou sobre o Corellon que fortalecido, puxou sua espada e golpeou com grande poder seu adversário que a partir de então, passou a ser conhecido como Gruumsh o Caolho, que debandou e se escondeu em escuridão sobrenatural. Do sangue fervente que brotava de sua carne ferida, nasceram os orcs. Para sempre, seriam inimigos jurados. O mito ainda prossegue, contando a origem dos drow e de outras sub-raças élficas. Esse mesmo capítulo ainda mostra a Árvore da Criação e como os sub-raças se ramificaram.
O capítulo 2 traz toda a miríada de elfos conhecidas nos Mundos da Magia de Ad&d: elfos aquáticos, drows, elfos cinzentos, alto elfos (gerações depois chamados de eladrin), elfos silvestres (ou wood elves) e por fim, os meio-elfos. Essa parte ainda explica as facetas dos elfos em Al-Qadim, Dark sun, Dragonlance, Forgotten Realms, entre outros.
O terceiro capitulo detalha toda a fisiologia dos elfos e seus talentos inatos: a famosa infravisão, e algumas habilidades realmente novas. A chamada “Manifestação” que surge automaticamente quando eles atingem 50 anos. Ela é uma espécie de presença mágica. Em regras de jogo, elas oferecem um ajuste de 3 na reação. Atente que essa habilidade só pode ser usada no Plano Material. Outra nova habilidade natural é a Comunhão. Dois ou mais elfos podem dar as mãos e através de meditação, compartilhar sentimentos, emoções e informações. Por estarem com a mente desprotegida, recebem uma penalidade de 4 pontos, contra os ataques mentais. Há a possibilidade de elfos se vincularem dessa maneira para combates. Eles recebem bônus de 1 na CA e +2 para acertar se eles lutarem lado a lado. Essa habilidade pode ser usada uma vez por semana. Outra habilidade detalhada aqui é a resistência a calor e frio. Isso não os torna imunes a ataques desse tipo, mas ajudam a sobreviver nos ermos. Enquanto outros sofrem com a nevasca, o elfo nada sente desse castigo climático (alguém lembra de Legolas em Caradhras?). A última habilidade é a Reverie, o famoso sono dos elfos. Muitos jogadores ficam felizes por seu personagem dormirem apenas 4 horas por noite. Mas nas mãos de um bom Mestre, a Reverie pode ser uma incrível ferramenta narrativa. Esse transe dos elfos, pode ser proféticos, ou o personagem pode ser contatado por alguma entidade extra-planar, ter flashbacks perturbadores, ou seja, o que o Mestre precisar para a sua trama. A Reverie é também, a habilidade que garante a imunidade as magias de Sleep, por exemplo. O capitulo encerra com informações completas sobre as diversas fases da vida do elfo, musicalidade, os laços que eles mantém e sua alimentação.
Enquanto o terceiro capitulo explora as facetas físicas, o quarto explora as facetas mentais. Seus sentimentos e lógica (em muitos pontos semelhantes aos dos vulcanos de Star Trek), atitudes quanto outras raças e no que eles depositam seus valores morais. O capítulo seguinte, também é muito rico e traz tudo o que você precisa saber sobre as sociedades élficas. Sua linguagem, ritos, festividades de nascimento, casamentos e até mesmo pactos de sangue. Nos apresenta ainda exemplos de feriados élficos, entre outros.
O capítulo 6 é uma compilação dos principais mitos e lendas desse povo. Para os fãs de Skyrim, o Mestre pode separar fragmentos desses contos em vários tomos espalhados pelo mundo, pode ainda obter ideias para suas aventuras, se baseando nesses mesmos mitos. Ponto alto, é que no final de cada história há uma moral a ser aprendida.
O capitulo 7 é totalmente voltado a Morte. Como uma raça “imortal’, encara a perda de seus guerreiros e familiares perante as guerras contar o maligno? Aqui, aprendemos a conduzir seus ritos fúnebres e sobre a composição de elegias para os mortos.
O oitavo capítulo, nos apresenta os tipos de moradia de cada espécie élfica: as cidadelas dos elfos cinzentos, os acampamentos suspensos dos elfos silvestres, os palácios dos alto elfos, entre outros. O nono capítulo são as regras opcionais: pontos de perícia extras devido a longevidade, e o famigerado estilo de luta Bladesong. A primeira vez que a famosa esgrima élfica é citada. Técnica nunca ensinada a não-elfos, e além disso, os professores dessa arte são muito raros, seria uma aventura por si só, encontrar um deles. A técnica custa 2 pontos de perícia com armas e oferece uma das três vantagens (note que elas não são cumulativas):
· Bônus de 1 na categoria de armadura. (que por mais um slot de perícia gasto, pode virar bônus de 2 na CA)
· Bônus de 1 para acertar (que pode mais um slot de perícia gasto, pode virar um bônus de 2 para acertar)
· O personagem pode atacar e se esquivar com apenas uma ação.
Esse capitulo fecha com regras especificas de arquearia e posições de tiro.
O capítulo 10 se foca na criação de personagem e oferece um leque de vários kits. Todas as regras para criar os elfos das sub-raças citadas previamente. Os kits élficos estão classificados por classe. Ou seja, temos exemplos de kits para elfos clérigos, elfos guerreiros, entre outros. Ponto alto para o elfo arqueiro, que consegue disparar 5 flechas a cada 2 rodadas! E claro, o Bladesinger apresentado como um kit de guerreiro/mago que além das vantagens citadas do estilo de luta, garante bônus cumulativos que beirão a apelação. Mas como o AD&D não se importa com o equilíbrio, basta o Mestre autorizar ou não em sua campanha. O Undead Slayer também é uma boa pedida: +2 de acerto e dano em mortos-vivos. Um personagem élfico guardião de criptas seria interessante de fato.
O capítulo 11 é voltado para a parafernália élfica: vinhos especiais, harpas élficas, mantos mágicos, flechas especiais e a desejada Elven Plate Armor. O capitulo seguinte, The Magic of Elves, traz novas magias e itens mágicos. Detalhe para o uso de mithril para a substituição de membros perdidos. O famoso Silver Arm of Ergoth de Dragonlance que o diga!
O último capítulo do suplemento é voltado à construção de uma campanha élfica e possíveis conflitos. Envolvendo lidar com humanos, com anões, entre outras raças. Interessante a premissa de uma das premissas: o mundo foi totalmente devastado e controlado por um mal supremo. Todas as outras raças, exceto os elfos, foram escravizadas ou dizimadas. A bela raça é a única resistência contra os exércitos malignos. Os Apêndices trazem os Avariel (tanto regras para usar como NPCs quanto PCs). Para quem não se lembra deles, são os elfos alados de Toril. Traz ainda o Cooshee, uma espécie de cão élfico domesticado. As últimas páginas, reservam-se para as fichas personalizadas para personagens elfos e as combinações possíveis de multi-classe.
Como de costume nessa linha, o livro completo dos elfos contém tanto informação que pode ser usada em qualquer versão ou releitura do RPG mais famoso do mundo. Em questão de regras, os personagens elfos de Ad&d que usarem esse livro, podem se tornar bastante overpower, o Bladesinger é praticamente um elfo tolkieniano de poderoso e não haverá guerreiro para fazer frente a ele.
Abraço a todos!
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