quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Resenha: The Complete Bard’s Handbook

Através da História da humanidade, seja qual for a era e a região, músicos itinerantes vagaram. Essa é a frase que inicia o sexto dos Livros Vermelhos. Essa mesma introdução nos diz como foi o papel desses menestréis e mensageiros em suas respectivas sociedades e por fim, o papel do bardo nos mundos de fantasia.

Como de praxe, o primeiro capítulo são guias e dicas para a construção de personagem, como distribuir melhor duas habilidades de ladino, melhores atributos para priorizar, melhores armaduras para vestir, culminando no capítulo seguinte com dezenas de kits específicos: Blade (um bardo ambidestro, que levanta o Moral de seus aliados ao exibir suas habilidades), Charlatan (que possui habilidades quase mágicas de enganação e disfarce), o Gallant (que segue um código de amor, beleza e vida), ao passo de poder rolar uma segunda vez, qualquer teste que possa causar sua morte, 1 ponto de vida extra por nível e um bônus de +2 que pode ser usado livremente entre Categoria de Armadura, ataque ou dano, o jogador pode permutar esse bônus no início do turno (ou seja, um kit bem desbalanceado), temos ainda o Bardo-Cigano (com habilidades ao lidar com animais e adivinhações) , os kits são inúmeros: ainda temos o Arauto, o Bufão, o Equilibrista (tipo um bardo de circo), o Loremaster, o Mestre de Charadas, o Skald (o bardo dos vikings), fechando com o Thespian (um bardo ator com afetações shakespearianas que enxerga a vida como “A Grande Peça”). Legal notar que os últimos kits são específicos raciais: Coristas anões, Menestréis élficos, Mestre gnomo e até o lendário Assobiador halfling!
Um bardo deve levar alegria para o povo!
O próximo ponto de destaque são as novas magias: confeccionadas para o bardo, soam bem bizarras, por exemplo: Transformar Instrumento (passar um instrumento por outro, logo,  fico pensando em situações sobrepujadas pelo uso criativo desse efeito!), Área de Silêncio 15 pés, Boca Mágica Aprimorada, Audiência Ilusória (conjure 1d4 pessoas para escutar você tocando, ficarão um número de rodadas igual ao nível do bardo) e pra fechar com chave de ouro, Conjurar Camarim!

O capitulo 7 dá uma aula bem bacana da Musica ao longo das eras da humanidade, quando determinados instrumentos foram inventados e o valor dos mesmos em peças de ouro. Todos os instrumentos, ricamente ilustrados! A seção encerra com um glossário de termos musicais que dará realismo ao vocabulário do seu bardo. Isso me remete a cena dos hobbits chegando em Lothlórien e se encantando com a canção dos elfos. Legolas prontamente explica “- Isso é uma elegia. Uma elegia à Gandalf.”
"Só cobre?! Que maldito!"
O capitulo 8 é o meu favorito: Como pensar como um bardo? Traz ainda uma mecânica nova para Reputação (que são tão ricas e detalhadas que eu usava antigamente nas minhas aventuras em Baldur’s Gate para o grupo todo), e mais: uma enorme tabela de 2 páginas para desenvolver toda a complexidade da mente de um bardo: maneirismos, hobbies, gosto por vestimentas, amores, repulsas, motivações, filosofias de vida, etc. Apresenta regras para performances de rua, contratos de apresentações, como proceder em festivais, se existem colégios de bardo em seu mundo de campanha, obtendo patronos e relações de mecenato e seguidores. Na página 121, temos regras completas para usar o bardo no Ad&d 1ª edição e como de costume, as últimas páginas reservadas para uma ficha de personagem especifica para a classe debatida.

Um Loremaster decifrando símbolos enquanto ocorre um TPK com seus amigos.
Bardos são muito adorados por esse tipo de coisa.
Como sempre esse suplemento traz muitas ferramentas para tornar seu personagem memorável, de fato. Com ilustrações PB do incrível Terry Dykstra e em cores por Clyde Caldwell e outros. Folhear esse livro é uma fonte de inspiração para uma campanha apenas com bardos, trabalhar com magias executadas em formas de canção, menestréis excêntricos, entre outros. Lógico, basta ignorar as coisas zoadas que mencionei...


Abraço a todos!   

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