quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Resenha: The Complete Fighter’s Handbook

   
Infelizmente, o único dos Livros Vermelhos
que ganhou uma versão nacional.
    Em 1998, a Devir adquiriu da Abril Jovem, a licença para dar continuidade à marca Advanced Dungeons & Dragons 2ª edição. Como a Abril havia se decepcionado com as vendas (dizem que o montante de material encalhado, seja de Karameikos, Forgotten Realms e os manuais básicos, formavam pilhas e mais pilhas), a marca estava abandonada pela editora, famosa até então, pelos quadrinhos. Os fãs ficaram animados com a notícia: finalmente novos suplementos viriam para o Brasil. A Devir de imediato, anunciou três produtos: o relançamento com erratas do Livro do Jogador, Domínios do Medo e o primeiro dos famosos “livros vermelhos”, o Livro do Guerreiro.
     Como todos sabem, infelizmente, foi “fogo de palha” e depois desses lançamentos simultâneos, o Ad&d caiu novamente em abandono. Para “fechar a tampa do caixão”, a TSR decretou falência, foi comprada pela Wizards of the Coast (que estava fazendo rios de dinheiro com um certo card game) e o futuro da marca ainda era uma incógnita.
As full page arts do AD&D eram lindas!
     Originalmente, o livro foi lançado em 1989 e inaugurou a série conhecida pelos veteranos como “Completes”: suplementos dedicados a uma determinada classe (ou raça), garantindo regras opcionais e alternativas para personalizar ainda mais seu personagem. No caso do Livro do Guerreiro, encontramos mecânicas para construção e manutenção de armaduras, regras de desgaste das mesmas (tipo as armaduras que vão se desgastando em Diablo), os até então inéditos KITS (uma espécie de background para o personagem), traços de personalidade para guiar a interpretação do jogador, regras para Estilo de Luta (minha parte favorita do livro), manobras de combate, novas regras de ataques localizados, um estudo sobre estilos de campanha, novas armas e por fim, uma planilha de personagem específica para homens de armas.
      Como citei acima, minhas regras favoritas eram os KITS que (independente do desequilíbrio entre elas), acrescentavam muito ao personagem. Digamos: “meu guerreiro tem origem nobre e linhagem de cavaleiro, o seu é um nórdico berserker.” Tal escolha afetava algumas mecânicas (ou adicionavam novas) e guiavam a elaboração do histórico.
     

     A segunda regra que usava bastante era a de Estilos de Combate, que eram quatro: Estilo Uma arma, Estilo Duas mãos, Estilo Arma e Escudo, e Estilo Duas Mãos. Gastava-se pontos de perícia com armas para aprimorar cada vez mais o estilo selecionado. Lembro que já conhecia essa regra de tanto jogar Baldur’s Gate! Transportá-la para a mesa, foi sensacional. 
      Por fim, o material é muito rico: bem escrito e inspirador, até hoje. Mesmo que não tenhamos (em português) os outros Livros Vermelhos, planejo falar sobre cada um deles aqui no blog. Apenas um adendo: mecanicamente, os livros “não conversam entre si”, podendo conter regras e opções às vezes fortes demais, e em outras, fracas demais. Mas como o equilíbrio não é a meta do Ad&d, não é surpresa para ninguém. E quanto a vocês? Chegaram a usar o Livro do Guerreiro em seus jogos? 

Abraço a todos.   

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